Eu, Rodrigo, pretendo criar uma conversa um pouco mais cética no que diz respeito a sexo e todas as relações que podem implicar conquistas, relacionamentos e etc.
Sabe quando você está no ônibus, no trânsito ou apenas divagando sozinho e uma ideia (ou pensamento) que magicamente faz muito sentido lhe vem à cabeça? Pois bem, aqui eu vou tentar transpor os meus pensamentos que, ao meu ver, fazem sentido acerca de relacionamentos e, por consequência, ao sexo.
Cada semana, um tema diferente, um pensamento diferente.
Não prometo trazer nada de novo, nem nenhuma teoria mágica que vá sanar suas dúvidas. Mas é o que dizem por ai, se opinião fosse boa, as pessoas venderiam ela. Pois bem, aqui vai uma opinião que possa não ser boa, mas não será de todo ruim.
A lista emocional secreta
Vocês já repararam uma coisa no mundo de hoje: As pessoas se preocupam tanto com o que você veste, o que você ouve, o que você faz da vida, onde você mora. Se você não preenche algum desses requisitos “imprescindíveis”, você é riscado da lista e praticamente tratado como um ninguém. Quero dizer, será que nós fomos reduzidos a uma lista de itens, e os nossos pretendentes ficam com uma prancheta mental, assinalando aquilo que temos e o que não temos, ai sim se a lista for realmente completa (ou satisfatoriamente completada) nós podemos partir pro próximo nível: Sair com a pessoa e quem sabe ficar.
Nesse próximo estágio a sua aparência é avaliada meticulosamente, e depois então, passando esse novo teste você tem direito a um contato “lingual” com essa pessoa.
Quem de vocês já não fez isso?
Quem aqui de vocês já não rejeitou uma pessoa que era boa de vida, inteligente, morava perto, simplesmente porque a pessoa tinha um mínimo defeito que não te agradou?
Pare pra pensar, isso é INSANO!
Eu quero dizer, antes nós saíamos, conversávamos, conhecíamos a pessoa a fundo, depois descobriríamos o que a pessoa fazia da vida, onde morava, então um número de telefone rolava, algumas ligações, uns cinemas, uns passeios. Hoje em dia, isso foi invertido!
Será que estamos vivendo uma fase onde o EU é tão mais supervalorizado do que o VOCÊ? É tudo eu, eu, eu,eu. Eu sou demais. Eu sou lindo. Eu sou incrível. Eu visto isso. Eu tenho isso. E você? Se você não tiver nada no meu patamar, adeus?
Gente, aonde foram parar os valores que realmente importam? O fato de ser alguém honesto, de ser engraçado, divertido, bom ouvinte, companheiro e leal?
O mesmo se aplica para o sexo, para você encontrar um parceiro a pessoa também tem que estar dentro dos parâmetros pré-estabelecidos na sua cabeça.
Você já passou por uma situação parecida com essa?
Você conhece aquela pessoa que te dá um estalo “é essa(e)” vocês se dão super bem, conversam, saem juntos e estão numa ótima sintonia e na cama se deram tão bem. Alguns dias depois, do nada, ele (ou ela) simplesmente para de falar com você e mais alguns dias depois ele (ou ela) está com outra pessoa. Você fica chateado e se perguntando o porquê, e imaginando: “poxa, eu poderia ter feito ele tão feliz, porque ele escolheu esse(a) outro(a)?”
Acho que isso é uma situação universal. E sabe por que? Porque todos nós montamos a nossa lista, Você preenche os requisitos? Ah, mais ou menos. Ok, vou ficar com você um pouquinho e a gente vai se comendo… opa!, Surgiu outro que preenche mais, então tchau!
Isso é loucura!
Essa “lista” imbecil que todos fazem em suas cabeças, não passa de um bando de baboseiras que nós pensamos que se tivermos vai nos fazer feliz. Ele(a) morando perto, sendo rico, se vestindo bem, sendo bonito, ou esse tipo de coisa é irreal, ou nunca é suficiente. Às vezes (e não me matem por isso) nem ser bom de cama é um fator tão importante.
Tá. Acho que talvez ESSE seja um fator crucial. Mas também, ninguém merece não ter um bom sexo de vez em quando.
De qualquer forma, sabe o que é suficiente? Ser feliz do jeito que é. Isso mesmo, vamos rasgar nossas listas emocionais e nos permitirmos sermos felizes com a pessoa que aparecer, sem que ela preencha certos requisitos. Deixe de lado o “ah ele é legal, mas não curti tal coisa”, abra-se a possibilidades, dane-se se ele (ou ela) mora longe, ou não tem dinheiro, ou se veste mal, ou não é tuuuudo que você esperava.
Afinal de contas, nós não sabemos de verdade o que esperamos de alguém. No final, todo mundo acha que sabe o que precisa e acredita piamente nisso.
Eu não sei do que preciso em alguém e você?
Rodrigo Urbanski – Designer, redator do blog Seduzi Na Padaria. Apaixonado por Madonna, arte, livros (principalmente os de Stephen King), aspirante a escritor e com um “quê” de comediante