Ele tinha um irmão dramaturgo: Modest, gay e assumido, que vivia em outro universo, ou submundo, diferente a aristocracia que ele frequentava. A vida gay de Tchaikovsky era uma verdadeira prisão. Em sua auto biografia, Modest fala da vida secreta de seu irmão: “Os relacionamentos mais íntimos eram com os homens e ele procurou a companhia de outros homens por longos períodos, associando-se abertamente e estabelecendo também relações profissionais com eles”. Cartas do compositor de O Lago Dos Cisnes jamais foram reveladas pelas autoridades russas. Atormentado, Tchaikovsky pensa em se tornar padre para fugir de seus desejos.
O estresse levou o compositor a ter alucinações, estafas, períodos de bloqueio. Foi Vladimir Davidov, seu sobrinho 30 anos mais moço, herdeiro, companheiro e amante quem o fez seguir adiante. Cartas de amor que jamais comprovam o envolvimento físico dos dois mas que expõem a sexualidade do gênio. “Escrevo-te com um prazer voluptuoso, O pensamento de que esse papel estará em tuas mãos me enche e emoção e traz lágrimas aos meus olhos”, diz trecho. Em 1893, Tchaikovsky morre supostamente de cólera ao beber água contaminada. Em 1920 é confirmado que ele se matou envenenado.
Este ano, um filme sobre a vida de Tchaikovsky foi selecionado para receber financiamento do governo russo. A sexualidade do artista, porém, será deixada de lado, conforme adiantou o roteirista do projeto, ao ser questionado como ele driblaria a lei russa que proíbe a propaganda da homossexualidade. “O assunto não é se Tchaikovsky era homossexual. Eu sou contra a discussão de temas homossexuais, especialmente nas artes. Eu não concordo com um filme que promova o homossexualismo. Não porque não tenha um amigo gay, mas porque esta área está fora do escopo da arte”, afirmou Yuri Arabov, famoso roteirista russo.
Sobre a sexualidade do músico, ele afirmou: “Ele realmente gostou de Bob, tanto que lhe dedicou sua última sinfonia, mas era uma relação platônica. Tchaikovsky era um homem extremamente angustiado. Existe uma lenda que colegas seus o inquiriram sobre sua consciência, usei isso no roteiro como um pesadelo de Tchaikovsky” e completou: “O que as pessoas fazem em seus quartos não interessa à esfera pública. Essa discussão é semelhante às discussões de caráter moral na era soviética”, afirmou o roteirista.