Os produtores de vídeo Eric Corazza e Conrado Ribeiro, ambos de 26 anos, de São Paulo, declararam a Folha, que o protesto ao deputado Marco Feliciano (PSC – SP) cantando “Robocop Gay”, do grupo Mamonas Assassinas, durante voo na última sexta-feira foi espontâneo e que não foi uma ação do ativismo gay, como alega o parlamentar. Pais de família e “normais como considera Feliciano”, os rapazes avistaram o pastor no saguão do aeroporto de Brasília. Segundo eles, dentro do avião, uma pessoa gritou “Fora Feliciano” e o deputado mostrou o dedo do meio.
A dancinha que ficou famosa em todo o país aconteceu, segundo os dois rapazes, em virtude das declarações do deputado que atacam toda a sociedade. “Há vários motivos, já há algum tempo, que motivaram esse protesto, não só a causa gay. As declarações de Feliciano são uma violência “para a sociedade em geral, não só para uma minoria”, afirmou Ribeiro à Folha. “Também por causa das declarações homofóbicas dele e por ter dito que a morte dos integrantes da banda foi um castigo de Deus”, completou Corazza que disse ainda que os Mamonas ficariam orgulhosos do protesto que fizeram. “Eu tenho amigos e familiares gays e se um dia meu filho me disser que a opção sexual dele é essa, eu não quero que ele sofra”, disse ele ainda.
Segundo os rapazes, eles não foram abordados por policiais na saída, negam que gays participaram do protesto e ainda que a única agressão foi quando um defensor do pastor tentou pegar a câmera deles. Segundo eles, tocar no deputado foi algo que realmente aconteceu mas nada agressivo.
A assessoria do deputado informou que ele irá mover processo contra os rapazes e que não denunciou o fato na hora pois perderia uma conexão onde realizaria um culto em Minas Gerais.