“A Polícia Militar que aqui está, dê um jeitinho naquelas duas garotas que estão se beijando. Aquelas duas meninas têm que sair daqui algemadas. Não adianta fugir, a guarda civil está indo até aí. Isso aqui não é a casa da mãe Joana, é a casa de Deus”, foi assim que duas jovens de 18 e 20 anos terminaram algemadas e detidas neste domingo em São Sebastião, litoral Norte de São Paulo, durante evento Glorifica Litoral, da comunidade gospel. O evento durou 10 dias e Feliciano era o pastor convidado do último dia do evento organizado pela Prefeitura de São Sebastião.
As estudantes Joana Palhares, de 18 anos, e Yunka Mihura, de 20 anos, protestavam no evento a céu aberto em que o deputado presidente da comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados realizava culto evangélico. Segundo Joana, elas foram agredidas por guardas municipais que faziam a segurança do evento. “Eles tiraram a gente do meio do povo e colocaram para dentro da grade. A partir do momento em que levaram a gente para debaixo do palco, me jogaram de canto na grade, deram três tapas na minha cara e começaram a torcer meu braço”, afirmou a estudante para o G1.
As meninas reclamam que haviam casais heterossexuais se beijando no culto realizado em uma praça à beira mar. O advogado das estudantes denuncia a agressão e a legitimidade da liberdade de expressão das moças, assim como lembra o direito ao culto evocado pelos organizadores e participantes do evento, ambos direitos constitucionais. Ele deve fazer em breve uma representação contra o deputado no STF.
Feliciano disse ainda que elas “não têm respeito ao pai, à mãe e nem a ninguém”. “Aquilo é desrespeito. Com isso eles me fortalecem e se enfraquecem, porque qualquer pessoa de bem sabe que em um ambiente religioso não é lugar de fazer o que aquelas pessoas fizeram. Eu lido de maneira natural e eles deveriam ter um pouquinho mais de juízo e me esquecer”, disse o deputado já acusado de racismo e homofobia.
Confira a confusão: