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A História se repete: Na Rússia, nacionalismo e perseguição aos gays, não brancos e imigrantes

Redação Lado A 06 de Novembro, 2013 15h30m

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A situação está preocupante na Rússia. Grupos nacionalista já entoam a frase “Russia para os russos” sem serem censuradas. Atos violentos desencadeiam grandes motins contra imigrantes.  Homossexuais são perseguidos por grupos organizados que agora perseguem pessoa de origem não eslava e negros e se auto intitulam “brancos”. São casos que o governo russo de Vladimir Putin insiste em dizer que são isolados, sem apoio do governo, mas que se intensificam.

O governo tem culpa em ao menos dois pontos. Em Maio, aprovou uma lei que proíbe a propaganda gay, supostamente para proteger menores de idade a comportamentos sexuais “não tradicionais”, dando recado claro da inferioridade da comunidade gay e criminalizando as manifestações públicas de idéias ou afeto de pessoas do mesmo sexo com multas e detenção. E agora vem fechando o cerco a imigrantes ilegais, construindo grandes campos de detenção para imigrantes sem documentação de permanência, especialmente vietnamitas e também sírios e egípcios – os imigrantes de origem eslava recebem melhor tratamento. Os tais campos abrigam centenas de pessoas que são mal alimentadas e vivem em condições precárias. Em um caso pontual no mês passado, o governo divulgou a imagem de um acusado de assassinato e afirmou que ele tinha aparência “não eslava”, o que resultou no mesmo dia em uma caça aos muçulmanos de pele escura e uma manifestação neonazista nacionalista.
 

Cidadãos de origem não russa são atacados dentro de trens pelo grupo neonazi “Vagão Branco” em ações que podem ser vistas na internet. Em um vídeo sobre uma dessas perseguições, centenas de jovens em uma estação de Moscou cercam um grupo de imigrantes estrangeiros e o espancam. Alguns gritam “mata, mata”, depois em coro gritam “Rússia para os russos”, e frases como Poder Branco, título de um grupo neonazista internacional. A onda de nacionalismo e supremacia branca chegou a países vizinhos e se alastra. As autoridades nada fazem.

Este semestre, um estudante Sul Africano foi vítima dos neonazistas “Okkupaj Pedofilyaj”, que posta na internet vídeos espancando homossexuais que enganam na internet e marcam  encontros, muitos menores, acusando os de pedofilia e revelando que são gays, com endereço e nome, arrancados à força.  Os rapazes humilham o negro e o fazem dizer “White Power” em um vídeo e raspam sua cabeça. 

Assim como na Alemanha nazista, o esporte foi usado para reafirmar o nacionalismo e a supremacia ariana, raça defendida por Hitler. Dois grandes eventos desportivos na Rússia se aproximam. Os Jogos Olímpicos de Inverno, em Fevereiro, e a Copa do Mundo de Futebol em 2018. Entidades internacionais de defesa dos direitos humanos afirmam que no próximo ano o facismo russo deve se revelar mais cruel.

A mídia internacional não divulga estas informações e o governo russo trata o assunto como de pouca importância. Quem lá vive e não passa por essas situações acredita que são casos isolados. A internet traz estes exemplos interligados e mostra que a situação está claramente se complicando. Há muitas similaridades com o surgimento do nazismo na Alemanha, na década de 1930. Irá o facismo russo criar mais um capítulo vergonhoso na história da humanidade?

Veja uma das ações do grupo “Vagão Branco” nos trens de Moscou:

 

Veja o vídeo com o estudante negro sendo torturado e humilhado:


 

Redação Lado A

SOBRE O AUTOR

Redação Lado A

A Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa

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