Caso Caíque: Para polícia, ainda é cedo para falar em assassinato de adolescente gay

O chocante caso do jovem Caíque Augusto Batista dos Santos, 16 anos, encontrado morto no último sábado no Centro de São Paulo esta mexendo com os ânimos de quem deseja ver Justiça rapidamente. Segundo a assessoria da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SESP SP), a primeira provável hipótese é de suicídio, como consta provisoriamente no boletim de ocorrência criado após o corpo do jovem ser encontrado na madrugada do último sábado. Segundo a secretaria, uma ligação ao “190” apontou a localização do corpo e os primeiros indícios, sem o resultado da perícia, não indicam um crime de ódio. O delegado que atendeu ao chamado teria tomado o cuidado de colocar no documento a suspeita de suicídio mas que apenas o laudo do instituto médico legal pode apontar a certeza.

Segundo o assessor da SESP SP que conversou com a Lado A, as pessoas estão se precipitando em razão das declarações da família, que obviamente está abalada com a situação. O corpo ficou no IML por três dias, o que pode ter descaracterizado o estado em que foi visto pelos familiares. Afirmações como “dentes arrancados” e “barra de ferro atravessada” devem ser confirmadas apenas pela perícia e podem ter explicações diversas, como a queda de um viaduto próximo de onde o corpo foi localizado. A priori, se não surgirem evidências de um crime, a polícia mantém a tese de suicídio por uma questão de hábito legal, mas as demais possibilidades não estão descartadas. 

A perícia deve dar seu laudo em 30 dias, uma vez que o caso segue na fila, sem prioridade, até que se encontre prova de que seja um assassinato. 
Ao contrário do que foi divulgado na mídia, o corpo do rapaz foi encontrado às 4h20 do sábado e não na segunda. Sobre os indícios de tortura e violência, a SESP SP afirma que apenas o laudo pericial pode confirmar se houve ou não o crime e a causa da morte do rapaz.

Apesar da calma da polícia em apontar a espera do laudo do IML como crucial, desvendar o caso é importante para saciar o sentimento da população, que deseja respostas. A Lado A está acompanhando o caso e sugere cautela nas afirmações de que se trata de um crime de homofobia. A elucidação do caso porém é urgente, e apoiamos as manifestações para que a morte do rapaz seja esclarecida de forma verdadeira.

 
Redação Lado A :A Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa