Jogador de vôlei pede desculpas por comentário preconceituoso nas redes sociais

O jogador da seleção brasileira de vôlei, Maurício Souza, que afirmou no domingo que as novelas faziam propaganda gay e que preferia que seu filho não visse “esse tipo de coisa”, pediu desculpas se ofendeu alguém nesta quarta-feira. Ele apagou os posts mas, apesar da desculpa, se disse chateado, negou ser homofóbico e defendeu seu direito de se expressar.

“Quantos amigos gays que jogaram comigo eu tenho, vários, pessoas que respeito e admiro muito, pessoas que lutamos juntos dentro e fora de quadra e todas as vezes os defendi. Saiu uma matéria que sou preconceituoso no globo esporte, vocês conseguiram, talvez me deixar um pouco chateado ao ver a matéria, mas fiquei assim não pela matéria em si, mas sim porque todas as vezes que entrei em quadra vestindo a camisa da seleção estava ali pra defender o povo brasileiro independente de cor, raça, religião se é homem, mulher, criança, gay ou lésbica e continuarei fazer isso. Por que? Porque esse sou eu! Aos que concordam e pensam semelhante a mim e me defenderam obrigado. Aos que me ofenderam, o meu perdão. E desculpa se ofendi alguém, não foi minha intenção. M.S.”, escreveu ele.

Antes, o atleta que mora na Turquia afirmou: “Curti os comentários pois cada um tem o direito a dar opinião. Cada um tem sua forma de pensar, essa cabeça aberta de vocês que está levando o país pro buraco.” E ainda:

“Gostei das críticas sobre o que postei, sobre o que acho de novela e o que ela mostra. Algumas um pouco “escrotas”, agressivas a mim e minha família. Gostei também do formato que vocês que criticaram me descreveram, HOMOFOBICO, apesar de eu achar que não tem nada a ver comigo. Me disseram pra não dizer nada, ficar na minha que seria o melhor a fazer, tudo bem, mas se eu fizesse isso não seria eu”.

O post original, do Domingo, apagado, dizia: “Essa galera das novelas que querem mostrar e colocar na cabeça dos brasileiros que trair a mulher, ser gay, entre outras coisas é normal e que é legar ser e fazer essas coisas. Não sou preconceituoso, longe disso. Mas prefiro que meu filho não veja esse tipo de coisa e saiba que ter uma mulher, construir uma família e ter valores é o certo. Foi o que meu pai me ensinou, é assim que tem que ser. Fica esperto e não deixe seus filhos verem essas coisas. M.S.”. Por conta da declaração, ele chegou a ser chamado de “Feliciano do vôlei”.

 

Redação Lado A :A Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa