“As pessoas não estão preparadas para lidar com isso. Desde pequenininho, eu sabia que era gay, mas foi aqui que eu consegui viver minha sexualidade”, afirmou o campeão nascido em Manupá no Pará se referindo à Brasília onde que viveu por 7 anos. Hoje ele reside no Rio de Janeiro e representa o clube Fluminense. “Parece que, por ser homossexual, você já começa um nível abaixo. Ouvi muito ‘não vou perder para um viadinho’ ou ‘não acredito que você perdeu para o viadinho'”, revelou o atleta que foi tricampeão brasileiro no trampolim de 1 metro. “No começo me incomodava, depois passei a ignorar, e fazer a minha parte. Acho que o povo vai pensar duas vezes em falar alguma coisa”, afirmou Ian.
“Eu poderia levar a vida só com as pessoas próximas a mim sabendo da minha orientação sexual. Mas acredito em legado, e que pessoas que estão na mídia são formadoras de opinião. Então, por isso, acho que tenho compromisso de mostrar que ser gay não é um defeito, não é isso que te define. E que você pode ser feliz do jeito que você é”, militou o atleta que afirmou que só não se assumiu antes por questões familiares.
Sobre ser gay no país, ele afirmou: Ser gay no Brasil é ser menosprezado, para você ser no mínimo tratado como igual, uma pessoa “normal”, você tem que ser acima da média. Sempre soube que era gay, então, desde muito pequeno, eu sempre me esforcei muito pra ser o melhor em tudo que fazia. Levei isso para os estudos para o esporte. É meio complicado falar como é ser gay no Brasil, somos muito plurais e a própria homossexualidade é plural aqui. Ser gay no nordeste não e a mesma coisa de ser gay no sul.
No final do ano passado, Tom Daley, 19 anos, ídolo do esporte no Reino Unido saiu do armário. Matos deve representar o Brasil nas Olimpíadas do Rio, em 2016. Sobre o colega, ele disse que o mesmo é bonito e gostoso mas que ainda é muito novo.