Nesta terça-feira, durante reunião da comissão especial que analisa o Plano Nacional de Educação na Câmara, um verdadeiro circo foi armado e na base do grito e com cartazes, deputados da base conservadora reuniram votos suficientes para excluir do texto que norteará a Educação do país nos próximos dez anos a frase: “com ênfase na promoção da igualdade racial, regional, de gênero e de orientação sexual”. O texto fica segundo como foi aprovado no Senado Federal: “promoção da cidadania e na erradicação de todas as formas de discriminação”.
Com argumento de que o texto anterior promoveria a liberação de materiais sobre a homossexualidade nas escolas, os pastores-deputados Marco Feliciano (PSC-SP), Marcos Rogério (PDT-RO) e Pastor Eurico (PSB-PE), com ajuda de Jair Bolsonaro (PP-RJ) e outros conservadores, bateram o pé até que foram extirpados os termos do texto. Por dois meses os deputados contra a proposta enviada pelo MEC adiaram a votação com pedidos de vistas até a data limite, quando se uniram para protestar contra os termos e cosneguiram o que queriam.
Outro ponto importante do Plano de Educação é que 10% do PIB seja dedicado à Educação. O tema vai à votação ainda esta semana.
A mudança do texto não especifica a questão do direito da mulher, dos negros e dos homossexuais, deixando o tema “promoção da cidadania e na erradicação de todas as formas de discriminação” genérico. Com isso o Brasil pode atrasar mais 10 anos para tratar temas importantes em sala de aula, uma vez que o professor é livre para interpretar as emendas do Plano, criando suas aulas. Muitos não sabem nem o que significam termos como igualdade de gênero e de orientação sexual, e pelo visto a ignorância é incentivada pelos deputados, afinal, nem ele mesmos entendem estas questões.