Apesar da Federação Internacional de Futebol dizer-se preocupada com racismo e homofobia nos gramados, os temas não são abordados no material, uma pena pois a saúde mental passa por esses tópicos, pelo menos para quem é homossexual ou negro. Outra grande crítica fica por conta da abordagem do tema HIV Aids.
Em um dos exercícios, duplas de jovens devem contornar barreiras com a bola e em cada na primeira delas está escrito: abster-se, depois, ser fiel e por último usar camisinha. O material também sugere que a camisinha não é necessária a quem é “fiel” e não esclarece que o sexo anal pode transmitir o vírus.
“O documento também utiliza uma linguagem inadequada e desrespeitosa ao associar a expressão “Jogue Limpo” às práticas ditas “saudáveis” na prevenção do HIV/AIDS – o que relembra as campanhas coercitivas do início da epidemia. Em outras palavras, o material faz alusão ao tema como algo “sujo”, menosprezando os direitos humanos das pessoas vivendo com HIV/AIDS. A abordagem infeliz planta o preconceito, a estigmatização e estimula o isolamento social desse grupo”, denunciou a Abia, Associação Brasileira Interdisciplinar de AIDS.
“É lamentável que o governo brasileiro tenha permitido a circulação deste manual que pertence ao ‘Programa Fifa 11 pela Saúde’, cujo objetivo, ironicamente, destina-se a ser um ‘programa de educação séria sobre saúde’”, reclama a entidade que pede ainda o recolhimento do material. O mesmo material foi utilizado na Copa do Mundo da África do Sul em 2010.