Turismo Rio: Gays movimentam 30% do Carnaval e amam a cidade

Esta semana a prefeitura da cidade do Rio de Janeiro divulgou um pesquisa sobre impacto econômico do turista LGBT no carnaval da cidade. Realizado pelo Observatório do Turismo da Faculdade de Turismo e Hotelaria da Universidade Federal Fluminense em parceria com a Riotur e a Coordenadoria Especial da Diversidade Sexual, da Prefeitura do Rio, entrevistou turistas gays e fez descobertas interessantes. O perfil destes turistas apontou que eles amam a cidade e voltam muitas vezes. Em média, 60% dos entrevistados utilizaram o aeroporto como via de entrada na cidade  e já visitaram o Rio de Janeiro aproximadamente sete vezes, sendo que 30% já estiveram por aqui 11 ou mais vezes. A nota de 0 a 5 para a cidade foi de média 3,9. De bom o turista gay destaca a hospedagem e a hospitalidade. As críticas ficaram por conta dos altos  preços e da limpeza urbana.

Foram aplicados 614 questionários entre os dias 28 de fevereiro e 04 de março em locais de eventos ou concentração da comunidade gay durante o Carnaval como Rua Farme de Amoedo e adjacências, em Ipanema; durante o Carnaval dos blocos TocoXona, Banda de Ipanema e Simpatia é quase amor e ainda nas festas JukeBox, Revolution Party, ToyOz, BITCH + The Week, Rio Life Style Festival e no camarote CandyBox, no Sambódromo. O estudo encontrou uma média de idade de 26 anos, de homens solteiros, com maioria com escolaridade de nível superior e renda superior  a 8 salários mínimos. Eles ficam de 8 a 12 dias na cidade, comparando com a média de 6 dias do turista convencional.

Entre os turistas nacionais, os que mais visitam o Rio vêm dos EUA, Inglaterra e Canadá. Já entre visitantes nacionais, os turistas de São Paulo, Minas Gerais e do Estado do Rio de Janeiro lideram o ranking de vinda à cidade. O motivo: 42% disseram que por ser um “destino gay friendly”. E 93,6% afirmam que recomendariam o Carnaval carioca e 94,6% pretendem retornar à cidade.

Enquanto o gasto médio diário do turista gay nacional é de R$ 302,10 e do internacional de R$ 538,82, o gasto médio do turista heterossexual é de R$198, por dia. Ou seja o turista convenciona tem um consumo 50% menor do que o turista nacional gay e gasta 270% menos se comparado turista internacional homossexual. Segundo o estudo, o impacto econômico total direto para o Rio de Janeiro causado pelo Turismo gay foi de pouco mais de R$ 461 milhões, que representa quase um terço do R$ 1,5 bilhão gerado pelo turismo na cidade durante o Carnaval.  

Para Carlos Tufvesson, coordenador especial da Diversidade Sexual da Prefeitura do Rio, é preciso olhar para o cidadão gay carioca e apresentar melhorias para quem vive na cidade como forma de assegurar o Rio como destino gay. “O turismo LGBT no mundo hoje figura entre os de maior poder aquisitivo para qualquer destino, qualquer cidade. E o interessante dessa pesquisa é notar como esse turista escolheu o Rio. O que nós fazemos é assegurar os direitos civis dos cidadãos e cidadãs LGBTs e sabemos que esse item pesa na escolha do destino dessas pessoas. O que fazemos em termos de fiscalização de leis e criação de decretos é fundamental para que aqui seja cada vez mais escolhido como local de férias de LGBTs”, afirma.

 

 
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