Nascido em Salgueiro, cidade com 60 mil habitantes no sertão pernambucano, Jesuíta se mudou ainda criança para Fortaleza, onde começou a fazer teatro na escola. Ele leva em seu nome a religiosidade de sua bisavó, em seu jeito toda a doçura e inteligência do Sertão. A família apoiou sua carreira. De corpo magro e leveza delicada nos movimentos, seus olhos azuis fortes contrastam ao lado da sua firmeza nas palavras. Filho de policial, o rapaz largou os estudos para trabalhar mas nunca abandonou o sonho da carreira artística, uma realidade impensada no mundo onde nasceu e foi criado. Sobre rumores de ser gay, ele desconversa, prefere falar de sua carreira e não de sua vida pessoal.
Sobre a repercussão de Praia do Futuro, ela lamenta que o filme não tenha sido compreendido bem, em entrevista à coluna Famosidades, do site MSN: “Esperava uma resposta um pouco preconceituosa, pelo filme tratar tão abertamente as cenas de sexo. Fico triste de ver isso virar notícia. O Brasil está muito careta. A gente está num momento de transformação, de abertura. Homossexuais e suas questões estão na televisão. Mas recebem melhor quando é cômico. Como verdade, como fato, tudo gera um incômodo. Não entendo isso de as pessoas terem ameaçado gerente do cinema, por ele não ter “alertado” das cenas do filme. Isso é burro, é algo ignorante. Aliás, os cinemas não têm nada que carimbar “avisado” nos ingressos. Se não carimbam filmes que trazem cenas de amor hétero… Fico é triste, ao ver um país careta, mascarado. Ainda existe preconceito a ser enfrentado. Há muitas barreiras por serem quebradas, saltadas. O ‘Hoje eu quero voltar sozinho’ é outro filme que acho incrível. Ele é muito delicado, chega diferente do ‘Praia…’. De certa maneira, ‘Hoje…’ pede licença para a abordagem gay. O ‘Praia…’ vem potente nas cenas e no tratamento do tema”, afirmou ele.