Ele é um dos dois rabinos ortodoxos no mundo que se assumiram gay na milenar tradição judaica ortodoxa e participou de um ciclo de palestras no Rio de Janeiro, no Midrash Centro Cultural, onde falou sobre como é ser judeu e homossexual. O rabino ficará no Brasil até a próxima semana e participa ainda de debates fora da comunidade judaica. Para ele, as religiões precisam rever seus conceitos: “As tradições imutáveis não sobrevivem. E todas as religiões antigas têm condições de resolver um problema como esse, porque elas já resolveram outros problemas do tipo no passado. É só ela decidir que é hora de mudar. As comunidades religiosas vivem no “hoje” com as memórias e recursos do passado. Se apegar a uma tradição, insistir que a Terra é plana e negar as novas descobertas humanas é uma afronta a Deus. Para mim, é impossível imaginar uma tradição religiosa que não tenha uma disposição para aceitar novos fatos”, afirmou o rabino para o O Globo.
Há 15 anos, o religioso de Nova York se assumiu homossexual e conseguiu mudar muito o ambiente da comunidade judaica ortodoxa americana, hoje tolerante aos homossexuais nos grandes centros, chegando a abençoar casamentos do mesmo sexo. Mas ele destaca que não fez a mudança sozinho, em entrevista ao site Huffington Post. Ao passo que gays foram saindo do armário, ganhando apoio entre os jovens e casos de depressão e suicídio entre jovens gays chegaram aos rabinos, o tema foi sendo inserido nas comunidades e despertou o entendimento dos mais velhos, explicou ele.