Resolvi dar um tempo nos dramas amorosos para focar em um drama maior. Terminei de ler, finalmente, a revista TRIP, depois de ter lido a TPM. Ambas interligadas no mês de Abril para discutir sobre o racismo no país.
Alguns estudiosos dizem que talvez porque a abolição aqui foi dada sem uma luta sangrenta, muitos negros acabaram se sentindo inferiores. Não houve aquela conquista do tipo “Sou negro e mereço ser livre, mereço respeito”. A abolição foi dada meio assim “É liberdade o que você quer? Então toma, some”.
Os negros são 51% da nossa sociedade. Parece mentira. Eu ando pelas ruas aqui de São Paulo e não vejo mais negros do que brancos, amarelos e vermelhos…
Não há muitos representantes negros na política, na TV, nas redações de jornais ou revistas também. No meu local de trabalho não há nenhum.
Umas das consequências é que pessoas negras têm tratamento diferente (menos respeitoso) em restaurantes, hotéis etc… No mercado de trabalho, o homem negro recebe 52% do salário de um homem branco e a mulher negra, apenas 38% desse salário.
Como mudar isso? Acho que precisamos de alguém forte, eloquente e convincente o bastante para falar com multidões. Para colocar juízo e sensibilidade em massas. O mais triste é perceber que não existe nenhum Mandela entre nós. E que o povo brasileiro prefere elevar pessoas como o Luciano Huck. Esse ser que resolveu pegar onda num protesto contra o racismo para vender camisetas…
Imagine então como os negros crescem em nosso país. Muitos negam até o tom de sua pele, em vez de se definirem como negros se dizem “morenos queimados de sol”, “cafés com leite” etc…
O racismo é uma coisa tão sem cabimento. Para começar, a nomenclatura está equivocada. Não deveria nem existir essa palavra porque somos todos de uma raça só, somos da raça humana. Ser negro é ser parte de uma etnia.
Se você é de etnia negra no Brasil, não deve JAMAIS se sentir inferior por sua cor de pele ser diferente do que a da minoria do país em que você vive.