Com a mudança, a presidente Dilma Rousseff apostou um pouco no segmento e declarou após o debate desta segunda-feira que é a favor da criminalização da homofobia, depois que religiosos de sua base debandaram para o lado de Marina. Por outro lado, a presidente também sinalizou esta semana que irá defender os interesses das Igrejas, tentando apaziguar os ânimos. Mas as questões que envolvem os direitos da comunidade gay e principalmente a religião de Marina, que é evangélica, passaram a ditar as perguntas à candidata.
Marina declarou que usa a Bíblia como fonte de inspiração para decisões, o que acendeu um alerta em todos que acreditavam em seu discurso de Estado Laico. A candidata declarou ontem em entrevista ao Jornal da Globo que é a favor da união civil entre pessoas do mesmo sexo e que casamento como sacramento é entre homem e mulher, como diz a Constituição, não deixando claro se ela se refere ao casamento religioso ou civil. Por outro lado ela mostrou que se preocupa com a liberdade religiosa caso aprovado uma lei que pune a homofobia, ou seja, para a candidata, o direito religioso incluiu o direito a pregar contra os homossexuais, já que está na Bílblia, por isso o PLC 122 deve ser revisto.
A mudança de postura da candidata decepcionou a comunidade gay e se deu depois de ameaças do pastor Silas Malafaia por conta de seu apoio a comunidade gay. Marina acatou e mudou seu plano de ação para os LGBT, recebeu apoio do religioso, e o tema virou diversos memes na internet. O casamento gay e a criminalização da homofobia prometem ser temas de debate no primeiro turno e no sequente. A discussão é saudável e pode trazer um melhor entendimento sobre o assunto mas as duas candidatas líderes nas pesquisas para Presidente sinalizam que se importam mais com o voto evangélico, e a pressão da sua bancada e líderes, do que com a comunidade LGBT.