No próximo dia 28, a Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba lançará seu Boletim Epidemiológico referente ao ano de 2013, como faz todos os anos para marcar o Dia Internacional de Luta Contra a Aids, 1° de Dezembro. Os dados, nos adiantaram pessoas envolvidas no combate à Aids em Curitiba, prometem chamar atenção para a população de Homens que fazem Sexo com Homens (HSH). Apesar de até pouco tempo o número de novas infecções ter se estabilizado, a epidemia cresce novamente e a passos largos na comunidade homossexual curitibana.
Os dados incluem homossexuais, bissexuais, travestis e homens que relataram relações sexuais com outros homens. Por outro lado, mostra que a testagem está sendo maior, mas definir o tamanho destes grupos para poder equiparar o resultado com o restante da população é difícil. Se forem 3,4%, como avalia a OMS, os dados são alarmantes mesmo. Se forem 10%, 20% da população, diminui-se o impacto dos números que não podemos revelar, em respeito ao evento de divulgação dos dados, mas continua alto e é preciso encontrar uma forma de estancar este crescimento real, comparado aos anos anteriores.
Este ano, serão ainda revelados os dados de uma importante pesquisa de incidência realizada por 12 meses em Curitiba, pela doutora infectologista Cléa Elisa Lopes Ribeiro, da Secretaria Municipal de Saúde. Na metodologia, foi possível mostrar quem eram os pacientes que haviam se infectado a pouco tempo, novos casos de fato. Todos os exames positivos de HSH foram acompanhados pela pesquisa para definir a taxa de crescimento da epidemia entre HSH na cidade. Curitiba deve ficar com essa população como a mais que se infectou no último ano, com números bem acima da média nacional.
Para 2015, um projeto internacional usará Curitiba como teste no combate a epidemia da Aids entre HSHs. O projeto do CDC (Centro de Controle de Doenças) dos EUA, em parceria com a UNaids, da ONU, e ongs e governos locais, envolve quantias milionárias e terá vans de test, envio de medicamentos, divulgação, equipe de pesquisa e abordagem, eventos e novas propostas de enfrentamento da Aids. O projeto terá dois anos, inicialmente e deve mostrar ao mundo que trabalhar as populações vulneráveis é tão importante quanto as políticas públicas.