Novo presidente da Câmara Federal será pedra no sapato da comunidade gay

Seguindo a tendência do aumento do conservadorismo no Congresso Federal, o primeiro ano da legislatura 2015-2018 deve ser pior do que se imaginava. Na semana passada, o novo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), eleito há menos de 10 dias, não esperou nem o recesso do Carnaval para mandar um recado claro: Autorizou a criação de uma comissão especial sobre o Estatuto da Família, proposta apoiada pela Bancada Evangélica que quer assegurar o casamento exclusivo a homem e mulher e barrar a adoção por homossexuais.

O projeto quer definir como “família” os núcleos sociais formados a partir da união entre um homem e uma mulher e ainda debate temas como drogas e violência doméstica. A nova comissão terá 40 sessões de prazo para apresentar uma proposta do Estatuto para o Plenário da Câmara.

Cunha também deu caminhada a dois polêmicos projetos de sua autoria, um que cria o “Dia do Orgulho Heterossexual” e outro que criminaliza o preconceito contra heterossexuais. A atitude do mostra que ele não pretende negociar facilmente. Se ele agiu para forçar o Palácio do Planalto a ceder em troca de seu apoio, se deu mal. O deputado simplesmente comprovou que o Congresso Federal está lotado de conservadores sem escrúpulos, incapazes de se sensibilizar por temas contemporâneos, uma prova concreta de que o país vai mal, muito mal.

Em 2011, o deputado Eduardo Cunha figurou no ranking da Lado A como um dos 10 innimigos públicos para os gays naquele ano. Não constou em nossas listas seguintes mas provavelmente ele encabeçará nossa votação de 2015.

 

 
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