Neonazistas atacam em Curitiba depois de protesto deste domingo e geram pânico

Um grupo de 10 neonazistas espalhou terror em dois ataques neste domingo na região central de Curitiba. Logo após o protesto, por volta das 18h, o grupo subiu a Rua São Francisco rumo ao Largo da Ordem depois de uma briga que virou generalizada, espalhando pânico e provocando uma correria. O grupo derrubou mesas e cadeiras de bares e foi perseguido pela polícia mas debandou antes de ser alcançado pela PM que fechou a rua e reestabeleceu a ordem. Dois rapazes teriam sido agredidos pelos skinheads que gritavam morte aos homossexuais.

Pouco depois, outro ataque, supostamente cometido pelo mesmo grupo, ocorreu no Centro Cívico, na Avenida Cândido de Abreu, próximo ao Banco Itaú. Por volta das 19h, o grupo encontrou jovens gays que voltavam de um piquenique no Museu Oscar Niemeyer e ao passar por os skinheads deram tapas em suas cabeças e disseram: “toma vergonha nessa cara”. Um garoto de 20 anos, Guilherme A. Barbosa (foto), segurou a mão do agressor o que foi suficiente para que os outros do grupo o cercassem e o atacassem. Guilherme contou para a Lado A que após ser derrubado ele desmaiou e ainda teria convulsionado durante o espancamento. Os homens bateram nele por todos os lados com chutes e socos. Além de escoriações e hematomas, ele perdeu parte de um dente e o outro foi trincado. Hoje seu olho estava roxo e quase fechando devido ao inchaço. A polícia chegou ao local no momento do ataque e levou dois dos envolvidos à delegacia. Os agressores, entre eles algumas mulheres, chegaram a intimidar as vítimas na frente dos policiais. A polícia teria impedido um dos amigos da vítima de fotografar a ação policial no local.

Apesar de gravemente ferido o rapaz não foi hospitalizado. No 8° Distrito Policial, no Portão, Guilherme ouviu amigos dos rapazes dizerem que homossexuais deveriam morrer. Segundo a vítima, os rapazes se identificaram como torcedores do clube Coritiba e teriam envolvimento com o movimento neonazista pois possuiam tatuagens com o tema. No dia havia jogo do Coritiba na cidade, então não se sabe se os agressores voltavam do jogo ou do protesto.

O caso está sendo atendido pela ONG Aliança Jovem LGBT e pelos grupos Appad Dom da Terra Afro LGBT. Um dos coordenadores do grupo jovem foi ao local após o incidente e o grupo acompanhará a denúncia que já foi registrada. O militante Marcio Marins afirmou que a ong já acionou todos os mecanismos de defesa de direitos humanos, programas de proteção e assistencia disponíveis.

Em São Paulo, também neste domingo, na Av. Paulista, a Polícia Militar deteve 20 pessoas, entre elas duas mulheres, ligadas ao grupo Carecas do Subúrbio após a manifestação os protestos. Com eles foram encontrados 37 morteiros, um soco-inglês, soqueiras, uma máquina de choque e spray de pimenta.

Veja a sequência desta notícia: As faces da impunidade: Polícia não registra homofobia e agressores tiram sarro de vítima na internet

Redação Lado A :A Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa