Justiça?

O caso do jovem de 18 anos agredido em Curitiba em março deste ano foi julgado este mês pela Vara Especial Criminal de Curitiba e terminou com uma condenação de R$250 em cestas básicas para cada um dos três acusados.

Guilheme A. Barbosa, 20, foi agredido brutalmente por um grupo de torcedores homofóbicos do Coritiba próximo ao Shopping Mueller, na Avenida Cândido de Abreu, em Curitiba. Ele passava quando reagiu a um tapa que o grupo dava nos adolescentes gays e diziam para eles “tomarem vergonha”. O jovem segurou a mão de um dos agressores, o que motivou que todos os outros, cerca de três, partissem para agredir o rapaz que teve o rosto, costelas e pernas machucados.  O crime que seria uma agressão por homofobia virou uma briga de rua, segundo o B.O. registrado no CIAC SUL, Centro Integrado de Atendimento ao Cidadão, no Portão.

Caso fosse registrado como flagrante de homofobia, com base na interpretação da lei do racismo, por alusão, os agressores poderiam ser presos, o que não aconteceu. A pena também não faz jus ao crime homofóbico cometido. Os condenados ficarão com o registro de condenação por “agressão”, mas a vítima teve que comprovar ao juiz que não houve uma briga como dizia o boletim de ocorrência. A homofobia não foi considerada no caso mas o motivo torpe sim. No final, os acusados não passaram um dia sequer na delegacia. Agora Guilherme buscará reparação por danos morais na esfera civil, mas não espera que isso o irá ajudar a superar o trauma sofrido.

Assim é a homofobia no Brasil. Não é crime, é tratada sem agravante, não dá cadeia e quando o agressor vai a julgamento paga em cestas básicas. A vítima, além do trauma, precisa reviver e passar por preconceito na delegacia, vivenciar a violência contra a sua dignidade para o resto de sua vida. Lembrando que os agressores, depois do crime, ainda postaram na internet mensagens tirando sarro da vítima…

  

 

Redação Lado A :A Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa