O deputado do Distrito Federal Rodrigo Delmasso (PTN-DF), da Saara Nossa Terra, protocolou uma ação no MPF contra a Parada do Orgulho LGBT de São Paulo, alegando crime de intolerância religiosa. A lei existe mas é direcionada a pessoas que sofreram perseguição por causa da religião, assim como há para o racismo, mas não há para a homofobia. Já o deputado Rogério Rosso (PDT-DF) esta semana protocolou um projeto de lei que torna crime hediondo profanar símbolos religiosos, ele afirmou que os homossexuais estão fazendo as igrejas se unirem. A lei criminaliza o que os evangélicos chamam de Cristofobia com detenção de até 8 anos.
Marco Feliciano (PSC/SP), da Igreja Assembleia de Deus Catedral do Avivamento, puxou o coro na Câmara dos Deputados, onde nesta quarta-feira realizaram um protesto no plenário, interrompendo a votação da importante reforma política. Aos gritos de “respeito” e “família”, um grupo de mais de 20 deputados entrou no local com o consentimento do presidente da casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que é evangélico, a continuar. Com um grande cartaz com imagens de pessoas fazendo sexo com crucifixos (tiradas da Parada, e ainda na Marcha das Vadias e Marcha da Maconha), ou sem roupas e símbolos religiosas, os parlamentares questionavam se aquilo era certo e respeitoso a religião deles.
Na tribuna do plenário eles rezaram o Pai Nosso de Mãos dadas, em claro desrespeito a laicidade do Estado Brasileiro e uma demonstração de poder político, e declararam “Viva Jesus Cristo”.
Roberto Freire (PPS-SP) foi o único a protestar contra a atitude da bancada evangélica, e questionou a não interrupção do presidente da casa, em respeito ao regimento e a Constituição, que deve promover um Estado Laico. “Eu respeitei a manifestação mas não pode ter nenhuma reza neste plenário. Tem que se respeitar o plenário. Vamos respeitar a República laica brasileira”, disse Freire que recebeu uma vaia da bancada evangélica e nenhum apoio dos outros deputados.
Em Guarulhos, a vereadora petista Dona Maria quer criar uma lei que impeça a realização da parada gay em logradouros público. Segundo o projeto, se aprovado, será aplicada uma multa de R$ 500 mil a quem desrespeitar a regra. Diz o texto que ficam proibidas manifestações que utilizem “carros de som, trios elétricos e artistas da noite que promulgam e defendam o comportamento homossexual” nas ruas da cidade.