Voluntários do Grupo Dignidade se reuniram para gravar escondido o momento em que um doador de sangue gay tem seu sangue rejeitado por um dos maiores bancos de sangue do Paraná. Com uma logística incrível, o psicólogo Luis Fernando Pisttori e outros voluntários registraram em áudio e vídeo, com um celular e uma câmera de sangue escondidos, o momento em que uma funcionária do Hemobanco diz que a doação do rapaz de 25 anos não pode ser aceita. A gravação foi feita este mês na capital paranaense.
Pisttori, que tem apenas como único parceiro sexual o namorado com quem está junto há 1 ano e sete meses, e sempre usam o preservativo, tem um tipo raro de sangue, o A positivo. Ele argumenta com a atendente que insiste em dizer que a portaria 153 da Anvisa proíbe o uso de seu sangue e que alega que há dados que comprovam que o sangue gay oferece risco de contaminação. “Já esperava mas fiquei revoltado. Porque não é um sangue ruim. Quantas vidas a minha doação poderia salvar?”, indaga o rapaz que apoia o projeto ”Igualdade na Veia”, criado por uma grande agência de propaganda brasileira em parceria com o Grupo Dignidade.
O projeto tem como objetivo chamar a atenção para a discriminação da normativa brasileira que aplica regra diferentes a homos e héteros. Segundo a portaria, homossexuais só podem doar sangue no Brasil se apresentarem mais de um ano de abstinência sexual. Para tanto o projeto realiza uma petição online e campanha para pressionar o Ministério a rever as suas regras e também o Congresso Nacional. Na semana passada, Portugal relançou suas regras de segurança para a doação de sangue. Antes os gays e bissexuais eram proibidos de doar sangue no país, agora se aplica a mesma regra a todos: seis meses de proibição para quem teve um parceiro sexual fixo novo e 12 meses para aqueles que tiveram sexo casual.
Confira o vídeo que está bombando na internet e não esqueça de assinar a petição: