No ano passado, o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) teve102 inscrições com pedido de uso do nome social, quando travestis e transexuais deve ser tratadas pelo prenome e gênero de sua identidade de gênero e não segundo o documento de registro civil. Este ano, com a inclusão do pedido durante o processo de inscrição online, os números saltaram para 278 solicitações. O aumento comprova a maior inclusão de travestis e transexuais no processo da prova que é porta de entrada para universidades e programas públicos. Este ano 7,7 milhões de candidatos se inscreveram para as provas que acontecem nos dias 24 e 25 de outubro.
“Eu acho que os números por si só já mostram que quando se instrumentaliza, quando se atende uma solicitação que a gente faz há tempo, isso repercute de alguma forma”, afirmou a vice-presidente da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT), Keila Simpson. Entre as medidas estão ainda a regulamentação do uso do banheiro segundo o gênero com o qual a pessoa se identifica.
De acordo com o Inep, que organiza a prova, São Paulo é o estado com mais solicitações, 89 no total. O Rio de Janeiro registrou 33, Minas Gerais, 29, e o Paraná 22. Já a Bahia teve18 pedidos e Pernambuco e o Rio Grande do Sul, 12 cada. No Acre, Roraima e Amapá não foram registradas solicitações.
Os dados são para se comemorar, pois mostram que a inclusão, apesar de devagar, está ocorrendo para uma das populações mais marginalizadas da nossa sociedade. Porém é necessário que o mercado de trabalho também faça a sua parte.
