“Eu mal posso esperar para saber quem será sua namorada ou seu namorado”. A declaração dada pela cantora britânica Adele ao falar sobre seu filho de três anos foi dita em uma entrevista concedida à revista TIME, da qual foi capa, e sem dúvidas foi a mais significativa do ano 2015 para a comunidade LGBTQ.
Deixe-me explicar o porquê: em um ano em que temos artistas como Paulo Gustavo se casando com seu marido e evitando falar sobre o meio e o ator Luiz Fernando Guimarães se assumindo mas dizendo que não vai levantar a bandeira, ganhamos uma simpatizante que, mesmo não tendo uma conexão sabida com o grupo, demonstra apoio e sabedoria sobre o assunto. E mais: Adele é a principal artista internacional no momento.
Ter a liberdade para ser o que quisermos é um dos pilares defendidos pela Teoria Queer, uma das mais recentes e difundidas quando o assunto é gênero. Bastante conhecida pela contribuição de Judith Butler, a teoria fala sobre o sistema de gêneros, abrindo as formas de se identificar e usando o genderqueer como uma possibilidade para aqueles que não se identificam com nenhum gênero existente. A teoria defende também a ideia do corpo como forma de expressão performática e luta política.
Voltando para a liberdade. Ela é, também, a espinha central da luta da comunidade LGBTQ, desde os seus primórdios no Brasil, com o Grupo Somos. É por isso que a parada é conhecida como Parada do Orgulho LGBT, no sentido de ofertar um espaço onde não existem barreiras para a forma em que o ser humano vive o seu corpo, a sua identidade e a sua individualidade.
E foi isso que ela defendeu na resposta seguinte: “Qualquer coisa que meu filho quiser fazer ou ser, eu sempre irei apoiá-lo, não importa o que for”. Agora só falta colocar essa musa em cima de um trio elétrico e sair desfilando com ela cantando It’s Raining Man numa parada. Mas nem precisa…