Um caso raro chamou a atenção de pesquisadores sobre o vírus HIV. Um canadense de 43 anos foi infectado com o vírus mesmo fazendo o tratamento de profilaxia, o PREP. O método, chamado de profilaxia pré-exposição, consiste no consumo diário de medicamentos retrovirais para evitar a infecção de pessoas que ainda não são portadoras do vírus. Cientistas da Conferência de Retrovírus e Infecções Oportunistas afirmam que a prática protege em mais de 99% dos casos e que este é raro. Entretanto, há quem aponte o surgimento de um super vírus, resistente ao Truvada, medicamento comumente usado.
Em 2013, tanto a Organização Mundial da Saúde quanto a USAids criaram instruções para o uso em massa do medicamento como forma de proteção, o que foi criticado inclusive por um editorial nosso, que alertava sobre o possível surgimento de super vírus. Leia aqui.
O registro divulgado este mês é de um homem que praticou sexo com outro homem infectado e acabou contraindo o vírus mesmo estando tomando o Truvada, que são dois remédios – tenofovir e o entricitabine- por dois anos. Estudiosos do caso afirmam que uma das hipóteses tiradas, depois dos testes, é a existência de um vírus resistente aos medicamentos comumento usados, mas não invencível. A pesquisa revelou que aquele vírus continha uma mutação que o tornava mais forte aos remédios usados.
“O PREP beneficia homens gays por proporcionar um sentimento de segurança no sexo. Entretanto, esse novo caso sublinha o fato que de na ciência não há, infelizmente, garantias de 100%”, escreveu o portal POZ.
Além do PREP, há o PEP, que é a profilaxia pós-exposição, onde o paciente recebe medicamentos que fazem parte do coquetel. Durante 28 dias, será preciso ingerir o medicamento diariamente para que o método atinja os resultados esperados. Esse já é um método usado em casos de violência sexual e atendimento a profissionais da saúde que sofrem acidentes com agulhas e objetos cortantes.
Em todo caso, use sempre camisinha.