Transgrupo Marcela Prado realiza ato silencioso em cinema de Curitiba

Depois de ser proibido em alguns países do mundo, o filme A Garota Dinamarquesa, que conta a história da primeira transexual a passar pela cirurgia de readequação sexual, chegou ao Brasil. Diversos cinemas da capital paranaense se recusaram a colocar o filme no seu catálogo e, como relatou a OAB-PR, teve bilheteria que não quis vender ingresso para pessoas trans, alegando estarem esgotados os ingressos. Dessa forma, cerca de 50 transexuais foram assistir uma sessão do filme no Cinemark, do Shopping Mueller, reunidas pelo Transgrupo Marcela Prado e com entradas pagas por doações. O momento foi marcado por um ato silencioso. 
 
Os advogados que fizeram parte da Comissão de Diversidade Sexual e Gênero da OAB-PR em 2015 se juntaram e fizeram uma doação para o grupo para possibilitar a compra dos ingressos. Em ato significativo, transexuais e travestis compareceram ao cinema e, antes de entrar, ficaram paradas em frente ao espaço, todas de preto, em sinal de protesto. Mais do que dar visibilidade para o evento, o momento foi uma forma de chamar atenção contra a violência e a transfobia.
 
Semana passada, a travesti Natasha Correa, de 37 anos, morreu depois de ter seu corpo queimado por jovens que jogaram gasolina e atearam fogo na moradora de rua que ficou internada por dois meses. O caso aconteceu em dezembro de 2015 e a vítima vinha, desde então, tentava se recuperar no hospital. Até agora os responsáveis não foram identificados. O ato de ontem foi, também, um protesto contra essa violência ignorada pelo sistema. “Só nos dois primeiros meses, mais de 70 travestis e transexuais já foram mortas no Brasil. Essa é uma forma de fazer com que as pessoas percebam que nós existimos e também temos direito ao lazer como qualquer pessoa”, disse Rafaelly Weist, presidente da ONG, em entrevista à Gazeta do Povo, sobre o protesto.

 

Redação Lado A :A Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa