Gay discreto de 32 anos é encontrado morto, nu e amarrado em parque de Florianópolis

Na madrugada deste sábado, o ex comissário de bordo e músico Alexandre Santiago, 32, foi encontrado morto, sem roupas e com os pés amarrados no Parque Náutico Walter Lange, em Florianópolis. Região atrás da Rodoviária da cidade, onde passa a continuação da ciclovia Beira-Mar Norte, conhecido ponto de uso de crack, prostituição e pegação da cidade. Apedrejado e quase irreconhecível, a polícia chegou a afirmar que ele seria um morador de rua e havia sido um desentendimento entre desabrigados.
 
A família nega que o jovem morava na rua e clama por Justiça.  Seu meio irmão André postou uma homenagem em sua página pessoal no Facebook:  “Um crime sem nexo, e opiniões sem fundamento… História de que era morador de rua, o que NUNCA FOI, e tampouco era.(…)Todo mundo tem defeitos, mas não para ser agredido até a morte. Ao meu ver, há muito o que ser investigado por trás de tudo isso. Não foi uma simples briga”, relatou o irmão que afirmou para a Lado A achar cedo para deduzir que foi homofobia. Para a família, por ser discreto, Alexandre não seria identificado como gay e nem era abertamente assumido.
 
O rapaz teria ido antes do crime à casa de um tio e trocado de moto para encontrar o namorado. 
NOTA DO EDITOR: Diante da repercussão do uso da palavra “discreto” no título desta matéria, ela foi usada pela família para descartar homofobia no caso, pois ele não seria identificado como gay, por não “parecer” gay. Optamos por deixar a palavra no título e avisar aos “discretos”, gays heteronormativos, que eles não estão a salvo da homofobia. A falsa idéia de aceitação e segurança proposta pela “discrição” não é garantia de segurança. Ele era discreto sim e acabou desta maneira, nu, morto em um local público.  A situação não é mais importante do que sua morte. Sim, uma vida se foi. Discreto ou não, tem o mesmo valor, e é isso que o título quer despertar. Que as pessoas acordem, deixem de se esconder atrás de pseudo aceitação social sob o que é imposto pela sociedade heteronormativa. O título pode ser interpretado de diversas formas, mas essa foi a nossa intenção. Se você leu até aqui vai entender o alerta. Queríamos que os “discretos” lessem e alguns deles nem leem sobre mortes de LGBT pois não se identificam como vítimas em potencial da homofobia.

 

Redação Lado A :A Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa