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Pesquisa revela que menos de 50% dos jovens da Geração Z se consideram exclusivamente heterossexuais

Redação Lado A 14 de Março, 2016 20h21m

Os jovens que estão na faixa dos 13 aos 20 anos são, de acordo com a linguagem do marketing, a nova geração Z. Uma pesquisa realizada pela agência J. Walter Thompson Innovation Group focou na percepção da sexualidade pelos próprios integrantes dessa geração e os resultados foram animadores para quem acredita na desconstrução de orientações sexuais e noções de gênero normativas. 52% deles afirmaram ser bissexuais em algum grau ou homossexuais. 
 
A ideia de escala de 0 a 6, 0 sendo somente heterossexual e 6 apenas homossexual, a famosa Escala Kinsey, foi implantada para fazer um mapa da orientação sexual dos entrevistados. Além dos dados quantitativos, a pesquisa traz perguntas objetivas que também oferecem análises sobre a psicologia em torno da aceitação do movimento queer. Foram questionados desde o uso de pronomes neutros até a aceitação do binarismo de gênero e a escolha das roupas de acordo com o gênero, explicou Shepherd Laughlin para a revista Vice. Os resultados provam que a Geração Z está no caminho tão sonhado pela comunidade LGBTQ.
 
56% dos jovens entre 13 e 20 anos afirmaram que buscam usar termos neutros, como “they”, “them” e “ze” para fazer referência a outras pessoas. Enquanto, entre os entrevistados mais velhos, de 28 a 34 anos, apenas 43% afirmou se importar com as flexões. Sobre as compras, a Geração Z também afirmou rejeitar o binarismo na hora de escolher as roupas. Esse é um grande avanço que vemos concretizado em grandes grifes e marcas, com Willow Smith se tornando a nova embaixadora da Chanel e Jaden Smith figurando campanhas da Louis Vuitton e usando roupas que rompem as barreiras do binarismo.
 
O diretor do grupo, Laughlin, que realizou a pesquisa afirma que esses números são importantes por provarem que os “Zês”, como são chamados, estão em movimento de desapropriação do binarismo de gênero. “Nós fizemos um questionário em Maio de 2015 e descobrimos que 81% afirmou que o gênero não define uma pessoa da mesma maneira que acontecia antigamente”, analisou ele. 
Em 1946, os estudos Kinsey revelaram que “apenas” 45% das mulheres e 50% dos homens não sentiam algum tipo de reação erótica a pessoas do mesmo sexo, ou seja, eram 100% heterossexuais. A nova pesquisa fala de identidade de grupo e consumo diretamente, mas pode mostrar que houve sim uma mudança na autopercepção das novas gerações quanto a orientação sexual e identidade sexual, o que reflete diretamente na diminuição também do preconceito e em uma geração mais tolerante.
 

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A Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa


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