A exortação apostólica escrita pelo papa Francisco, Amoris laetitia (“Alegria do amor”), é um resumo dos debates do Sínodo Ordinário da Família, que aconteceu no final do ano passado e traz os temas e reflexões sobre eles. O pontífice mais uma vez afirmou a não aceitação da Igreja dos casais homossexuais mas reiterou o respeito e não discriminação a estes nas comunidades, a fim de que eles venham a “compreender e realizar plenamente a vontade de Deus em sua vida”.
As pessoas homossexuais devem “ser respeitadas em sua dignidade e acolhida com respeito, com o objetivo de evitar qualquer forma injusta discriminação e, particularmente, todas as formas de agressão e violência”, diz o documento divulgado nesta sexta-feira, dia 8.
O papa diz ainda que muitas famílias vivem a experiência de ter pessoas “com tendências homossexuais”, experiência que não é fácil nem para pais, nem para filhos. Mas, desejamos antes de tudo, afirmar que toda a pessoa, independentemente da própria orientação sexual, seja respeitada em sua dignidade”, diz o documento que afirma ainda que o casamento gay não pode ser comparado ao santo matrimônio heterossexual: “É firmado com clareza que só a união exclusiva e indissolúvel entre um homem e uma mulher desenvolve uma função social plena, desenvolvendo um empenho estável e rendendo possível a fecundidade”, escreveu Francisco.
Leia alguns trechos importantes:
25. A Igreja conforma o seu comportamento ao do Senhor Jesus que, num amor sem fronteiras, Se ofereceu por todas as pessoas sem exceção. Com os Padres sinodais, examinei a situação das famílias que vivem a experiência de terno seu seio pessoas com tendência homossexual, experiência não fácil nem para os pais nem para os filhos. Por isso desejo, antes de mais nada, reafirmar que cada pessoa, independentemente da própria orientação sexual, deve ser respeitada na sua dignidade e acolhida com respeito, procurando evitar qualquer sinal de discriminação injusta e particularmente toda a forma de agressão e violência. Às famílias, por sua vez, deve-se assegurar um respeitoso acompanhamento, para que quantos manifestam a tendência homossexual possam dispor dos auxílios necessários para compreender e realizar plenamente a vontade de Deus na sua vida.
251. No decurso dos debates sobre a dignidade e a missão da família, os Padres sinodais anotaram, quanto aos projetos de equiparação ao matrimônio das uniões entre pessoas homossexuais, que não existe fundamento algum para assimilar ou estabelecer analogias, nem sequer remotas, entre as uniões homossexuais e o desígnio de Deus sobre o matrimónio e a família. É inaceitável que as Igrejas locais sofram pressões nesta matéria e que os organismos internacionais condicionem a ajuda financeira aos países pobres à introdução de leis que instituam o “matrimónio” entre pessoas do mesmo sexo.