Arquivo

Colírio Trans: Téhh Queiroz tem 22 anos e é um garoto encantador

Redação Lado A 06 de Julho, 2016 15h43m

COMPARTILHAR

TAGS


O jovem transexual Téhh Queiroz, 22, estudante de engenharia elétrica, nasceu e cresceu em Campinas, São Paulo, e há 10 meses realizou o sonho de fazer a sua mastectomia (retirada das mamas). Loiro, olhos verdes, ele treina todo dia e celebra sua conquista ao lado da namorada Juh Priingles, com quem está há três anos, e junto com toda a família que o apoiou incondicionalmente.
 
Quando pequeno, ele guardou um segredo: sabia que era diferente e desejava não precisar usar roupas femininas. Ele odiava ter que usar biquíni e percebia a pressão para que fosse mais feminino no seu modo de vestir e agir. 
 
Aos 15 anos, descobriu que existiam outros como ele, que a liberdade de ser quem ele queria era possível. Então, Téhh cortou o cabelo e passou a usar roupas que mais se adequavam ao que seu interior dizia. Aos 20 anos, decidiu dar um passo a mais e receber a hormonização. Aos 21 anos, retirou as mamas e, aos 22, agora, está pronto para contar a sua história com exclusividade para a Lado A.
 
“Só aos 20 anos descobri que era possível realizar a transição com tratamento hormonal e cirurgias… então corri para realizar o mais rápido possível!!!”, conta. Para ele, a genitália não é um desconforto e não pensa em usar uma prótese peniana. Já a mudança do nome e gênero nos documentos não é tão importante agora mas um dia pretende enfrentar esta burocracia mas usa o apelido Téhh sem problemas. 
 
Téhh conta que enfrentou preconceito ao procurar ajuda médica na rede particular. Um médico chegou a expulsar ele do consultório quando pediu pela mastectomia e disse que era aquilo uma “mutilação”, que não faria. Outra médica evocou o Código Internacional de Doenças para dizer que ele tinha uma doença e precisava de tratamento.
 
Em casa, ele recebeu o apoio dos pais e das duas irmãs. O pai, segundo ele, foi o mais tranquilo e apenas disse: “o que importa é estar feliz”.  Seu sonho é terminar a faculdade de Engenharia, fazer pós graduação no exterior, deixar seu inglês mais fluente e abrir um negócio próprio. Ele não se importa quando se referem no feminino, pois sua vivência o fez concluir que o binarismo macho ou fêmea não tem importância para ele. Com esse apoio que recebe em casa, Téhh se mostra bem resolvido em tudo em sua vida e comprova que a família é ainda mais importante quando se é transexual, sorte com a qual nem todos podem contar.

 

Confira a metamorfose da aparência do Téhh por meio das suas fotos:
 

 

Redação Lado A

SOBRE O AUTOR

Redação Lado A

A Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa

COMPARTILHAR

TAGS


COMENTÁRIOS