Pela primeira vez na história dos Jogos Olímpicos modernos, uma personalidade trans integrará o grupo de celebridades a se apresentar no evento de abertura dos jogos. Lea T, top model internacional que nasceu em Minas Gerais e é filha do ex-jogador de futebol Toninho Cerezo, vai aparecer ao lado de Gilberto Gil, Elza Soares, Caetano Veloso e Anitta. Para ela, o momento transmitirá uma clara mensagem sobre inclusão.
Os jogos Rio 2016, que começam no próximo dia 05 de agosto, vão ficar na história da comunidade LGBT e esportiva por sua tentativa de incluir a diversidade humana e promover o respeito. O convite à Lea T, que não revelou qual será o seu papel na cerimônia, vem em boa hora, uma vez que esse será, também, a primeira Olimpíada onde atletas transexuais recebem o aval do Comitê Olímpico Internacional para competirem nas categorias dos gêneros com os quais se identificam, sem precisarem ter passado por cirurgias de mudança de sexo.
“Não posso falar nada ainda, precisamos manter a surpresa. Mas a mensagem será muito clara: inclusão. Todos, independente de gênero, orientação sexual, cor, raça ou credo, somos seres humanos e fazemos parte da sociedade. Meu papel na cerimônia, num universo micro e representativo, ajudará a transmitir esta mensagem”, revela a modelo que já posou para as revistas Vogue e Vanity Fair.
Atletas transexuais
Desde 2003, o COI já se posiciona à favor da participação de atletas trans nos Jogos Olímpicos. Na época, a recomendação era para que as Federações Internacionais permitissem que atletas transexuais que já tivessem passar pela cirurgia de readequação sexual participassem das seletivas.
Desde 2003, o COI já se posiciona à favor da participação de atletas trans nos Jogos Olímpicos. Na época, a recomendação era para que as Federações Internacionais permitissem que atletas transexuais que já tivessem passar pela cirurgia de readequação sexual participassem das seletivas.
Em 2015, uma nova comissão foi reunida para repensar essas recomendações e elaborar uma mais clara e baseada em parâmetros científicos. Em nota, a nova recomendação é que qualquer atleta trans pode participar dos jogos sob seu novo gênero contanto que:
* No caso das mulheres trans, haja a identificação com o gênero feminino por pelo menos 4 anos e que o nível de testosterona no sangue seja inferior a 10 nmol/l por pelo menos 12 meses antes dos jogos. A cirurgia de readequação não é mais necessária.
No caso dos homens trans, não há restrições para a sua participação, apenas é necessária a identificação com o gênero.