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Chelsea Manning, trans presa após vazar informações para o Wikileaks, enfrenta transfobia na cadeia

Redação Lado A 29 de Julho, 2016 19h32m

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A trans, na época antes de se revelar transexual, que foi presa por oferecer informações confidenciais sobre a diplomacia e ações militares do Governo Americano, Chelsea Manning, enfrenta problemas na sua condição de presidiária. Mesmo ao se identificar como uma mulher trans, o governo dos Estados Unidos a colocou na Prisão de Fort Leavenworth, no Kansas, destinado apenas para homens. Ex-membro do exército, ela foi condenada a 35 anos de prisão e pode ser indiciada por mal comportamento dentro da cadeia e por tentar cometer suicídio. 
 
Os seus advogados temem que Manning não esteja recebendo o tratamento adequado atrás das grades. As novas acusações são de posse de item proibido dentro da cela, conduta de ameaça, e de resistir às ordens dos policiais que entram em sua cela. Segundo o advogado Chase Strangio, as acusações são desconcertantes, uma vez que não trazem nenhum tipo de prova e ainda deixam a ideia de que Manning pode estar sofrendo algum tipo de represália dentro da prisão. 
 
A prisioneira pode ganhar uma adição de 9 anos na sua pena, perder o direito de liberdade condicional e ser mandada para a prisão solitária, um dos maiores medos de Manning. 
 
Heróina
Para muitos, a atitude de Chelsea é de uma heroína, uma vez que ela foi presa por divulgar informações sobre os horrores que o Exército americano cometia no Iraque, Afeganistão e em Guantanamo. Ela foi responsável pelo questionamento mundial contra o Governo dos Estados Unidos sobre seus procedimentos em cadeias e o uso de tortura para conseguir informações. Ela divulgou, também, mais de 92 mil documentos sobre a guerra no Afeganistão. Presa antes mesmo de ser julgada, Manning já sofria opressão dentro do exército por ser considerada mais sensível, emotiva e frágil que os outros homens (nesse período, Chelsea ainda não havia revelado sua transexualidade e vivia com o nome de Bradley Manning). Ela contou por telefone, logo depois que foi sentenciada, que sofreu tortura dentro da cadeia. Em 2011 e 2012, foi indicada ao Prêmio Nobel da Paz. 
 
Redação Lado A

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A Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa

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