A organização dos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro e o Comitê Olímpico Internacional estão sinalizando o acolhimento da comunidade LGBT nos jogos. Exemplo disso é a transexual Camila Barros, selecionada para ser uma entre os 50 mil voluntários que vão atuar na organização das Olimpíadas. A trans, que revela ter dificuldade para encontrar emprego, será uma das líderes de voluntários e atuará nas provas de ciclismo de estrada e maratona aquática.
Camila decidiu passar pela transição há sete anos, quando seu pai morreu. Além dos hormônios, ela também fez algumas cirurgias para implantar silicone no corpo. Ela conta que, quando as mudanças começaram a ficar evidentes, foi demitida do seu emprego, como enfermeira – posição onde o que deveria valer é a paixão por ajudar as outras pessoas e não a sua identidade de gênero.
Desde então, não foi aceita em nenhum outro posto, seja em mercado, shopping ou na sua área. O preconceito começou a fechar as portas na sua cara. Para conseguir pagar o aluguel e sobreviver, Camila revela que foi obrigada a recorrer à prostituição. “O único emprego que aceita travesti é a prostituição, e hoje a prostituição é minha única fonte de renda. Eu queria tanto um outro emprego pra eu poder ter ao o menos o prazer de falar ‘Eu sou tal coisa, eu faço tal coisa’”, contou à redação do site UOL.
A notícia de que fora selecionada para trabalhar nos Jogos Olímpicos deu a Camila novos ânimos. Além disso, ela conseguiu usar o seu nome social na credencial do evento e afirma ter sido respeitada ao longo de todo o processo de seleção e treinamento. Graças ao seu desempenho e vontade em fazer parte do espírito Olímpico, Camila foi selecionada para ser líder de uma equipe de voluntários.
Para a cerimônia de abertura, é aguardada a apresentação da modelo trans Lea T., nesta sexta-feira.