Bullying e homofobia são motivos para superação em atletas campeões e amadores

Com frequência, a história de vida de atletas está ligada a superação. Assim aconteceu com Rafaela Silva, medalhista de ouro pelo Brasil nas Olimpíadas do Rio e com o atleta norte americano de salto ornamental, Greg Louganis, homossexual, portador de HIV que já recebeu cinco medalhas olímpicas. Em ambos os casos, o preconceito e o bullying fizeram parte de um longo período de suas vidas, e foi o esporte que ajudou esses atletas a passarem por cima destas situações. 
 
No caso de Greg Louganis, o bullying e o preconceito partiram de um espaço de homofobia, uma vez que quando mais novo, ele já apresentava traços mais leves e afeminados. Por muitas vezes as crianças zoaram dele por conta disso e da cor da sua pele, mais morena do que os dos colegas de turma, por sua descendência grega. Ele conta que, nessa época, o seu objetivo era ser o melhor em alguma coisa e provar para as pessoas que ele era um ser humano que exigia respeito. Sua primeira medalha olímpica veio bem cedo, aos 16 anos de idade, uma prata em Montreal. 
 
Já Rafaela Silva, moradora da comunidade da Cidade de Deus, uma das maiores favelas do Rio de Janeiro, sofreu com preconceito por conta da sua cor de pele e da sua orientação sexual. Mulher, lésbica e negra, Rafa representa as minorias oprimidas brasileiras. Quando foi vítima de racismo logo depois das Olimpíadas de Londres, Rafa quase desistiu de representar o Brasil no esporte. 
 
O preconceito dos brasileiros está evidente ao longo dos jogos. As torcidas já foram acusadas de homofobia em jogos do futebol feminino e rugby. 
 
O uso do esporte para combater o bullying está começando a ser implementado nas escolas brasileiras. Um exemplo é o Centro de Ensino Fundamental 619, no Distrito Federal, onde os professores de Educação Física, Rogério Bertoldo Guerreiro, Oldair José e Lúcio Lacerda, desenvolveram uma pesquisa para avaliar os níveis de bullying e de que forma o esporte poderia ajudar os alunos a superar esse problema. 
 
Lá, 72% dos alunos relataram ter sofrido problemas com preconceito dentro da escola. Dessa forma, eles implementaram um projeto que trabalhava, através do esporte, valores humanos que ajudariam os jovens a desconstruir os seus preconceitos, como a colaboração, a disciplina, o respeito, a diversidade e o valor pelo patrimônio público. Os resultados foram positivos, a taxa de bullying reduziu consideravelmente no colégio e os alunos passaram a praticar diversas modalidades esportivas dentro da escola.
 
Redação Lado A :A Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa