Legalmente, no Brasil, apenas pessoas com algum grau de parentesco podem servir de “barriga de aluguel”. Se você e seu marido, ou você e sua esposa, fossem ter um filho, já pensaram para qual parente pedir? Escolha difícil. Pois para o casal Jefferson de Souza Albuquerque, 26, e seu marido francês Julien Lamindin, 30, não foi tão complicado. A mãe de Jefferson, que vive no Rio de Janeiro, se ofereceu para gerir o próprio neto.
Concebido através da fertilização in vitro, com o óvulo de uma doadora desconhecida e o esperma dos pais, o pequeno Ezra, como se chama o garotinho, nasceu no início do mês de junho e já saiu do hospital com a certidão de nascimento contendo o nome dos pais, como foi decretado judicialmente.
O casal se conheceu em um hospital na França, onde trabalham, em 2012. Os dois vieram para o Brasil, onde se casaram no final do ano passado. Em busca de realizar o sonho de ter um filho, encontraram na mãe Quitéria de Souza Cintra Albuquerque, 44, um berço de amor que permitiu gerir uma das crianças mais amadas. A família mora na França há mais de 10 anos, mas estavam no Brasil para fazer a Gestação com Útero Assistido, conhecida por “Barriga de Aluguel”. Lá, o procedimento é ilegal.
Os quatro não pretendem voltar a morar no Brasil por medo do preconceito que o casal, a vó e a criança podem sofrer. Jefferson e Julien já foram vítimas de homofobia na praia de Copacabana.