Sobrevivente conta como agia serial killer de gays preso em Minas Gerais

Ao menos duas pessoas foram mortas por Thiago de Matos Ferreira (à esq.), 28 anos, assassino confesso do dentista Helton Ivo Botelho da Cunha (à dir.), 36 anos, e do operador de telemarketing Guilherme Duarte Pagotto (meio), 23 anos. O homem preso com dois comparsas na semana passada pela polícia de Uberlândia, Minas Gerais, atuava em redes sociais e aplicativos de encontros gays. 
 
Ele foi indiciado pelos crimes de assassinato e latrocínio e afirmou que pretendia fugir com o veículo e dinheiro do dentista. A polícia afirmou que o acusado, apesar de fazer programas sexuais com homens, tinha repulsa por homossexuais. O homem tem passagem na polícia do Paraná por roubo e tráfico de drogas, e estava foragido da Justiça. Ele teria morado em mais de 10 estados, o que pode aumentar o número de vítimas. A polícia chegou aos homens depois de uma denúncia anônima.
 
Segundo o testemunho do assassino, Pagotto teria reagido quando levou um tapa depois de discussão por desacordo sobre o valor do programa, no final de Outubro, por isso foi morto. Já o dentista foi assassinado no dia 10 deste mês e teria se negado a pagar o programa, mas primeiro o acusado teria dito que a vítima teria tentado ser o ativo durante a relação sexual, o que causou um desentendimento entre eles. Os dois morreram por asfixia por enforcamento.
 
Para a polícia, a homofobia e a sexualidade das vítimas não interferem na matéria dos crimes, as mortes e o latrocínio. Thiago só fazia sexo com outros homens e tinha perfil calmo, o que surpreendeu os investigadores que afirmaram que ele não mostrou arrependimento ou remorso. David Tiago Antônio Pereira, 27, e Ronayk Hoksoell de Oliveira Figueiredo, de 18 anos, também presos, eram vizinhos e foram cúmplices de Thiago ao ajudarem na ocultação do cadáver do dentista. Os corpos foram localizados na mesma região, à margem de uma rodovia.
 
Depois da prisão do falso garoto de programa, uma vítima procurou a polícia para relatar o que passou semanas antes. Para uma tevê local, ele afirmou que marcou um encontro com o acusado que ostentava um perfil com fotos antigas em um aplicativo de paquera. Ele chegou a ir ao local, se despiu a convite do assassino e foi para o quarto quando foi informado que seria cobrado pelo sexo. Ao voltar à sala, onde estavam seus pertences, após desistir do programa, percebeu a falta da chave de seu carro e de seu celular. O homem então percebeu que a situação estava fora de controle e ao “encontrar” sua chave, jogada pela janela, deixou o local.
 
Segundo o homem, que não quis ser identificado, Thiago passou a ligar para seus contatos e a chantagear seus amigos, cobrando 150 reais para que recuperassem o seu celular. O homem afirmou que não prestou queixar por medo de represálias. Talvez ele pudesse ter ajudado a impedir as duas mortes acima. 
 
Outro caso da morte de um cabeleireiro em sua casa ainda não foi elucidado pela polícia de Uberlândia.
 
 
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