Tenho 36 anos e já vivi um pouco. Tive uma vida diferente da maioria das pessoas. Aos 15 anos de idade, me mudei para o Japão, tive contato com diversas culturas e filosofias. Posso dizer que vivi bastante, apesar da jovem idade. Embora a palavra “bastante” para mim conote “suficiente”, sempre quero viver mais, aprender mais. Morei fora outras vezes, viagei bastante, passei por alguns dramas pessoais: sofri, caí e levantei. No caminho, vamos aprendendo lições e delas tiramos proveitos, ou não. Resolvi copilar alguns desses ensinamentos da vida. Aqueles que não aprendemos na universidade comum, conhecimentos que a vivência nos ensina na marra e são, por isso, preciosos.
1 – Se ame
É o maior dos clichês de auto ajuda mas deve ser um mantra. Nada vai dar certo até que você perceba que é preciso ter ética, amor próprio e limites. Tudo vale a pena desde que você não traia seus princípios, desde que você não venda a sua dignidade. Você deve muito a você, sua história e a quem quer se tornar. Saiba onde gastar a sua energia, o que vale a pena. O paradoxo do EU precisa de muito amor para ser resolvido.
2 – Nunca deixe para depois
Procrastinar nem sempre vale a pena. Mas o nunca se refere a quando é possível fazer algo agora que você deixa para depois. A vida cobra esse depois. Solucione as questões pendentes, mostre pró-atividade. A vida agradece e responde na mesma velocidade.
3 – As pessoas mudam
Não apenas os outros mas você também tem o direito de rever os seus conceitos, preconceitos, e isso faz parte da evolução. Não se atenha a nada que não te faça feliz, e esse mesmo direito tem os outros. Entenda: Só se vive uma vez.
4 – O ponto de vista é subjetivo
Nem sempre concordamos com o outro. Há infinitas variáveis para analisar uma situação, a mais importante delas talvez seja o histórico pessoal, como a pessoa e seus padrões mentais reagem a tal situação. Por isso, tenha paciência com o outro e consigo mesmo. Cada percepção é pessoal. Vale a pena o diálogo sempre. A convenção é negociável, já o ponto de vista é inerente a cada realidade.
5 – Nada é para sempre
Assim como a vida, tudo tem fim. Não adianta achar que o mundo não gira pois não sentimos ele movimentar. É preciso se desapegar, pensar à frente. A perfeição é um estado inatingível, tudo pode ser melhorado. Podemos atingir a satisfação, o idealizado, mas jamais o perfeito, este é eternamente melhorável.
6 – Seja individualista mas não muito
Pense em você, mas também no outro. Ou como diria Jesus, ame o próximo. Nossas convicções não são mais importantes, nossas verdades não servem para todos. Competir e ganhar não são o mais importante. Sempre vai haver alguém melhor em algo, mais bonito, mais rico, mais inteligente: Aceite mas se supere. E, acima de tudo, seja humilde e generoso.
7 – As pessoas querem se sentir especiais
Por sabermos que somos únicos, muitas vezes pensamos que somos melhores ou piores do que os outros. Ao final, queremos nos sentir, mesmo com nossas inferioridades e superioridades, alguém que merece atenção. Por isso as pessoas se apoiam tanto umas nas outras, esperando elogios e carinho. É o tal dando que se recebe. Por isso, faça alguém se sentir especial. Não cobre, mas saiba que por isso você já é especial.
8 – Dinheiro não é tudo
Dinheiro é energia que flui e uma energia poderosa. Ele constrói, materializa desejos. Apesar de algumas religiões menosprezarem seu poder, o dinheiro é hoje a roda que gira a vida. Mas não se esqueça que a felicidade está nos pequenos gestos, no legado, na capacidade de ser feliz consigo mesmo em momentos de auto análise. O resto é distração materialista, idealizações da mente humana que projetam no outro a felicidade ou no dinheiro.
9 – Os opostos se completam
Aprenda com seus erros e mais ainda com os erros dos outros. Se você não tem uma habilidade, aprenda. Se você não tem um dom, conviva com o diferente e entenda. O mais importante na vida é o que você tem, mas o que você não tem e pode ser conseguido tem um valor especial, e não estou falando de bens materiais. O diferente te multiplica, o igual soma. Experimente, ouse, desafie seus limites. Isso é viver.
10 – Sofrer não é preciso
Muita gente associa o processo de aprendizado com a dor. Há o ditado que diz que ou se aprende pelo amor ou se aprende pela dor. Não precisa ser masoquista. Viver é ter paz interior, estar presente a cada segundo, encarar a vida com a verdade e não mentiras. Assumir seus erros, derrubar as próprias máscaras (respeitar o tempo do outro perceber que precisa derrubar as suas próprias) e ajudar os caídos. Cair e levantar. Toda ilusão é sofrimento. Alguns se iludem, outros vivem. E se você vive de verdade, você não sofre! Pois você aceita a realidade daquele momento, sob sua perspectiva treinada para anular o que não é real. É possível mudar o mundo sem sofrer por ele não ser o ideal. A perfeição não existe, mas existe o seu EU entendendo e vivenciando o sentido da vida: dar o seu melhor, todos os dias, e com isso ser feliz.