Uma festa urso que fez sucesso em suas duas edições em Curitiba, a segunda edição com apoio do aplicativo de namoro gay Scruff (Pescoço, por ironia), está dando o maior barraco. Resumindo: uma casa conhecida resolveu apostar no público urso, a primeira festa foi um sucesso, e veio a segunda, que teve apoio do aplicativo citado, bonés, mega produção e encheu mais ainda. Passado o evento, o DJ da casa e residente da festa – que praticamente exerceu função de organizador e participou do processo de elaboração da noite – e o promoter – que, por meio da casa, custeou tudo e também idealizou o evento – discutiram feio e o DJ – ameaçado de boicote na própria festa que ele ajudou a fundar – saiu e disse que vai levar a festa com ele, com outro nome, pois o evento tem a marca da casa no nome.
Depois de sucesso de festa urso em Curitiba, saída de DJ causa polêmica
Então, pessoas dos dois lados travaram uma batalha nas redes sociais para descobrir quem nasceu antes, se o ovo ou a galinha e quem era a mãe da festa. Troca de ataques desnecessários, contratos, mensagens e e-mails divulgados para comprovar quem era o idealizador do evento. O assunto virou pessoal e até a idade do promoter foi citada por terceiros. A história se repete, é verdade. Outra verdade é que metade do público da festa era frequentador da casa e não do evento em si, aliás, a maioria dos ursos mesmo ignoraram o evento, pois a cidade tem dois locais incríveis para eles.
Apesar de tudo ser tão desnecessário, fizemos questão de colocar essa matéria para lembrar uma coisa: pensem no público sempre e pensem nos profissionais que vivem e dependem do emprego na noite. É muito fácil querer defender que uma festa é melhor do que um clube, mas quem paga impostos, contas e mantém pessoas trabalhando para a noite são os clubes e não as festas esporádicas. Clubes, principalmente os gays, são instituições e devem ser preservados. Ainda: roupa suja se lava em casa e sempre haverá espaço para todos. Sucesso é trabalho, quem trabalhar vai colher seus frutos.