O programa trouxe a história de Isabela, que tem 10 anos. A mãe conta que a filha, que foi designada como menino ao nascer, não se identificava com o universo masculino. Gostava de brinquedos para meninas, roupa para meninas e odiava o seu nome. “Ele dizia ‘eu não sou um menino, eu não quero ser um menino”, conta Alexsandra. No início, a família acreditava que era uma criança gay. Mas, ao receberem o acompanhamento do Hospital de Clínicas, passaram a entender que não era uma questão de sexualidade, mas, sim, de identidade de gênero.
“Agora eu tenho nome de menina, eu queria ser jornalista, acho que vou ser uma menina muito bonita”, diz Isabella, e emociona todo mundo.
Alexandre Saadeh é médico do HC e também participou do programa. Sua intervenção foi importante, uma vez que falou justamente sobre a diferença entre orientação sexual e identidade de gênero: “‘identidade de gênero’ se refere a quem eu sou (homem, mulher…) e ‘orientação sexual’ diz respeito com quem você elege a sua sexualidade”.
Durante o programa, Fátima Bernardes fez um desabafo sobre os comentários transfóbicos que recebeu de pessoas conservadoras. Ela disse que sentiu um pouco do preconceito que essas crianças enfrentam. “As pessoas têm muita dificuldade de falar sobre isso, de entender, e acham se nada for falado, nada vai acontecer. Mas mesmo assim, a gente tem que falar. Porque quanto mais a gente falar, mais as pessoas vão entender”, afirmou.