Em 2015, um caso de suspeita de tortura de um homem gay chocou os moradores da região do Rebouças. O vídeo viralizou no Whatsapp, onde dois jovens de 22 anos acorrentaram um cabeleireiro de 32 anos e o torturaram com barras de ferro e um facão. No vídeo, os jovens dizem: “Olha o que a gente faz com ladrão”. O Ministério Público do Paraná revelou na última terça-feira, 14, que o julgamento de um dos rapazes foi encerrado e que ele foi condenado a 14 anos de prisão por crime de ódio, conforme pedido da Promotoria de Justiça de Crimes Dolosos contra a Vida do Ministério Público do Paraná (MP-PR).
Os jovens alegaram, quando a polícia chegou ao local do crime, que eles estavam fora e quando voltaram para casa, encontraram o cabeleireiro roubando seus pertences. Então, o prenderam. Mas a tese foi rebatida pela polícia, que encontrou sinais de uma festa no apartamento e de luta também.
O que realmente aconteceu naquele dia foi que
os três se conheceram no bar Amarelinho, no Centro da cidade, e de lá convidaram o homem para a casa deles com promessa de um encontro sexual. Após algum desentendimento, a vítima foi acorrentada e torturada por conta da sua orientação sexual. A vítima sobreviveu. A promotora Ticiane Louise Santana Pereira, que atuou no caso como júri, aponta a importância da condenação como “crime de ódio” para a criminalização do preconceito, uma vez que não há uma legistação específica para homofobia.
O outro acusado de participar do crime ainda não foi julgado porque está internado em um Hospital de Custódia, para realização de exames de sanidade mental que verificam a suspeita de inimputabilidade.