A Tailândia é conhecida no mundo todo como um paraíso lgbt-friendly. Um dos melhores lugares do mundo para se realizar as cirurgias de readequação sexual, o país asiático sempre desenvolveu políticas públicas de proteção à comunidade trans. Agora, o governo estuda a criação de uma prisão destinada apenas para cárceres LGBTs. Proteção ou segregação, essa é a maior dúvida do debate.
De acordo com a Organização Internacional dos Direitos Humanos, a população LGBT é a mais vulnerável dentro do sistema prisional. De acordo com um dos seus últimos relatórios, 67% dos LGBTs que são presos no mundo todo foram agredidos dentro da prisão por conta da sua orientação sexual ou identidade de gênero.
Pattaya Remand é uma prisão tailandesa que já conta com uma gestão diferenciada, onde os presos gays, lésbicas, transexuais e bissexuais fazem refeições e exercícios com todos os outros presos, mas à noite, dormem em pavilhões separados, com objetivo de ficarem mais protegidos. Entretanto, a divisão só acontece à noite e durante as refeições, no restante do dia, é normal ver presos LGBTs treinando com os outros, ou fazendo cursos e trabalhos em parcerias com heterossexuais.
Essa medida de separação aconteceu em 1993, para evitar estupros corretivos, violência homofóbica e psicológica. Desde então, tem sido considerado um modelo exemplar por diversos países. Até que o governo começou a discutir no final do ano passado, um projeto de criar uma prisão nova próxima a Bangkok, que seria destinada apenas aos presos LGBTs.
Para entender melhor o cenário, o país conta com cerca de 300 mil presos, mas só 6 mil fazem parte da sigla. Na opinião de quem atua nos presídios, a separação facilitaria os cuidados, principalmente das pessoas trans. Mas críticos pontuam que esse ambiente seria muito diferente da sociedade, e que a reinserção social poderia vir acompanhada de problemas, além de poder ser considerada uma forma de segregação.
Seria mais fácil de controlar, de cuidar, de desenvolver e melhorar os hábitos e comportamentos deles. Mas eles têm que se misturar com o outros presos, porque quando eles forem soltos, eles terão que se reinserir em uma sociedade diversa”, opina o guarda Watcharavit Vachiralerphum.
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