A cada determinado período de tempo, a ONU (Organização das Nações Unidas) faz um trabalho de análise ao respeito dos Direitos Humanos em países do mundo inteiro, inclusive o Brasil. No Relatório da ONU apresentado este ano, avaliadores, especialistas e relatores colocam o país no hall das nações que contam com uma “discriminação estrutural”. Os direitos humanos da população LGBT são um dos tópicos preocupantes. Diz o texto: “milhões de pessoas continuam a viver em ambientes insalubres, sem acesso à água e saneamento”.
Além da desigualdade social apontada no documento, a discriminação contra lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transgêneros é um problema com raízes na gestão política do país, segundo relatores. Apesar da postura internacional que o Brasil tem contra políticas anti-LGBTs construídas ao longo do governo do PT, a gestão de Michel Temer preocupa, ao consolidar iniciativas como a retirada das menções ao gênero e orientação sexual do plano de ensino nacional. Os números da violência contra LGBTs tbm aparecem como alarmantes, onde um gay morre a cada 26 horas no país.
Outra preocupação é o apoio declarado do governo à bancada religiosa e discriminatória. O informe diz que “relatos indicam que ele tem um dos maiores níveis de violência contra lésbicas, gays e bissexuais” e que “O Brasil não tomou medidas necessárias para combater a discriminação estrutural contra esse grupo”. Segundo os relatores, o Congresso está atuando no sentido contrário e trabalhando para criar desafios e barreiras contra essa população. A PEC do Teto é outro projeto criticado no documento, uma vez que o projeto vai contra os compromissos do Brasil com os Direitos Humanos e deve afetar, de forma mais severa, a população mais pobre do país, além de grupos mais vulneráveis socialmente.