Encontro de Psicologia em Curitiba terá profissionais que defendem a “cura gay”

A Associação Brasileira de Psicólogos em Ação (ABRAPSIA) promoverá o I Encontro da ABRAPSIA no feriado de setembro na cidade de Curitiba. O tema do encontro é “Em defesa da profissão” e contará com seis psicólogos palestrantes. Alguns assuntos abordados serão: hipersexualização e desamor entre adolescentes no século XXI, a agenda e políticas de gênero – “os direitos sexuais em crianças” e o curriculum nas universidades de psicologia: ciência ou objetivos políticos? O evento foi divulgado no Facebook e será realizado no Hotel Lizon na Aveninda Sete de Setembro, entre os dias 07 e 09 do próximo mês.
 
Após rápida pesquisa no Google, foi possível descobrir certas informações sobre os palestrantes. A maioria deles está de alguma forma ligada a igrejas, incluindo uma psicóloga que também se denomina missionária e outro que já ministrou palestras intituladas de “depressão à luz da Bíblia”. Entre os palestrantes também há uma profissional que já foi censurada publicamente pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP), a psicóloga Rosangela Justino, punida pelo CFP em 2009 por defender o uso da terapia para “cura gay”. Outros psicólogos não foram punidos por esse órgão, mas expressam abertamente nas redes sociais serem contra a resolução 1/99 que proíbe estes profissionais de exercerem atividades que promovam a patologização de comportamentos ou práticas homoeróticas e o tratamento dessas. A partir do perfil dos palestrantes, ainda que a “cura gay” não esteja explícita nos temas do evento, parece que é alta a probabilidade desse tema ser abordado no evento, bem como o conceito da família tradicional formada por homem, mulher e seus filhos. 
 
A resolução 1/99 do CPF proíbe qualquer prática ou tratamento que busque curar pessoas com desejos e orientações homossexuais, a famosa “cura gay”. Em 2013, o CFP lançou uma nota de esclarecimento sobre a resolução 1/99, uma vez que muitas pessoas confundiam a proibição de patologização da homossexualidade com o tratamento psicológico e encaminhamento de pessoas homossexuais. Em nota, é explicado que o tratamento é, sim, permitido, desde que não discrimine e sim reduza o sofrimento psíquico da pessoa: “Estão sim proibidos as (os) psicólogas (os) de exerceram qualquer ação que favoreça a patologização de comportamentos ou práticas homoeróticas, e adotarem ação coercitiva tendente a orientar homossexuais para tratamentos não solicitados. O que é corroborado pelo Código de Ética que em seu art. 2º, alínea i, que diz que é vedado à categoria induzir qualquer pessoa ou organização a recorrer a seus serviços”, diz a carta.
 
 
 
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