Jovem do Reino Unido é acusado de espalhar o vírus HIV propositalmente

O cabeleireiro Daryll Rowe, 26, foi acusado de infectar vários homens com o vírus HIV. O ato foi executado de forma proposital, uma vez que Rowe meticulou a sabotagem dos preservativos que usaria com as vítimas. Após espalhar o vírus, o rapaz ainda teria enviado mensagens zombando dos parceiros que infectou. 
 
A prática começou quando Daryll Rowe foi diagnosticado com o vírus HIV no ano de 2015, em Edimburgo, Escócia. Logo após os resultados médicos, Rowe se mudou para Brighton, ao Sul da Inglaterra, onde começou a contatar homens gays através do aplicativo Grindr em busca de sexo e um lugar para ficar. O cabeleireiro começou a ludibriar várias vítimas, algumas mais íntimas, eram enganadas sobre o vírus. A maioria dos parceiros de Rowe insistiram em usar preservativos, mas o rapaz trazia consigo camisinhas furadas ou rasgadas. 
 
A promotora Caroline Carberry informou que Rowe tomava medicamentos para inibir o vírus desde 2015, quando o contraiu através de relações sexuais. Por outro lado, visando maior sucesso na contaminação de seus parceiros, o rapaz deixou de tomar os medicamentos. Os médicos que acompanhavam o estado clínico do cabeleireiro ficaram preocupados com seu descuido, mas não desconfiavam de seu propósito com isso .”Ele foi advertido de que ele poderia ser processado por passar [HIV] ou mesmo colocar alguém em risco de contrair HIV dele”, disse Carberry.
 
Uma das vítimas relatou ao tribunal que fizera o teste de HIV pouco antes de se relacionar sexualmente com Rowe. Dois meses após tê-lo conhecido, o parceiro fez o teste de HIV novamente, e dessa vez, o resultado deu positivo. Assim a vítima constatou que foi infectada, e, ao contatar Rowe, foi zombado por ele. Um outro parceiro do cabeleireiro ouviu por telefone: “Eu rasguei o preservativo. Você é tão estúpido. Você nem sabia.”. Daryll mantinha vínculo afetivo com as pessoas que infectava, principalmente para conquistar a confiança dos mesmos e eliminar o uso de preservativos. Uma outra vítima o considerava seu namorado. “Infelizmente para muitos dos homens que conheceu, sua campanha foi bem sucedida. Ele enganou aqueles homens em acreditar que ele era HIV negativo, tranquilizando aqueles com quem era íntimo. Daryll Rowe embarcou em uma campanha cínica e deliberada para infectar outros homens com HIV, tendo relações sexuais de alto risco sabendo que ele era altamente infeccioso.”, relatou a promotora Carberry. 
 
Ao todo, foram quatro pessoas infectadas, e mais seis com as quais Rowe tentou compartilhar o vírus. Um dos infectados relatou ainda que Daryll Rowe era controlador, ciumento e agressivo; enviava várias mensagens ameaçando seus parceiros, se comportava de forma alterada e emitia sons incomuns. Um dos depoimentos narra uma situação em que, ao manter relações sexuais no banho, Rowe feriu seu parceiro. A vítima ficou desconfiada da serenidade de Rowe com o ocorrido, parecia ter acontecido de propósito, e dias depois começou a sentir-se doente. 
 
Christine Henson, juíza responsável pelo caso, concedeu permissão para que as vítimas apresentassem provas e acusações de forma anônima, para que não ficassem expostas a Rowe no tribunal. A polícia local espalhou um aviso de saúde pública e deflagrou uma operação para encontrar mais vítimas e alertar outras. Em fevereiro de 2016, Rowe foi detido e negou ao tribunal ser portador do vírus HIV, esquivando-se das acusações de ter espalhado o vírus. O processo ainda não foi concluído, espera-se que o mesmo dure por seis semanas. 
 
 
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