O empresário Flávio Rocha, dono da rede de lojas de roupas Riachuelo, declarou recentemente que pretente unir forças com organizações religiosas que lutam contra a conquista de direitos LGBT. Segundo declarações de Flávio, em entrevista ao Estadão, “o economês conserta o País, mas é o discurso sobre os costumes que levará o candidato a ganhar a eleição presidencial deste ano. É muito feio uma pessoa ser convocada para uma missão nacional e se recusar por razões egoísticas, por causa de patrocínios” .
O apoio às instituições conservadoras se refere ao momento político de 2018, com o intuito de Flávio Rocha em eleger deputados para compor a bancada conservadora do Legislativo. Segundo o jornal Folha de São Paulo, no dia 31 de janeiro, o empresário ainda teria dito que o povo brasileiro é conservador no que tange às questões de gênero e sexualidade “mas que falar disso tornou-se politicamente incorreto”.
A declaração gerou revolta de diversos movimentos LGBT. Na página da Riachuelo, no Facebook, muitas pessoas publicaram comentários desaprovando a posição do dono da loja. Alguns estão cancelando seus cartões e deixando de comprar produtos da marca. O ativista LGBT Toni Reis, presidente da Aliança Nacional LGBTI e do Grupo Dignidade, divulgou uma carta que enviou para a rede de lojas cobrando uma posição sobre o assunto. “Enfatizo que eu pessoalmente sou gay, sou cliente da Riachuelo (cartão com número final 2105) e me sinto menosprezado e discriminado pela notícia”, escreveu. Segundo Reis, a executiva de conta da Riachuelo, Bruna Chioro, telefonou posteriormente e enviou um comunicado oficial por e-mail. “O nosso presidente, Flávio Rocha, não apoia qualquer tipo de preconceito. Ele é a favor de qualquer configuração de família e acredita na felicidade das pessoas independente da sua orentação sexual”, dizia o comunicado.
Embora a loja tenha se posicionado a favor da diversidade, alguns fatores deixaram a desejar. Flávio Rocha, ligado à igreja Sara Nossa Terra, já foi deputado federal pelo Rio Grande do Norte, entre os anos de 1987 e 1995, pelo PFL. No ano de 2017, o empresário foi apoiado pelo Movimento Brasil Livre (MBL), movimento conservador que fere os direitos LGBT, caso desejasse concorrer ao governo de São Paulo. Um outro episódio que causou questionamentos, foi que em meio a tantas estratégias de marketing pró lgbt, a Riachuelo foi a única marca que nos dias do namorados não trouxe nenhum casal LGBT em suas campanhas. Ainda, Rocha está envolvido com organizações evangélicas e católicas que pretendem eleger mais de 200 deputados para compor a bancada evangélica, trazendo pautas como o boicote aos direitos LGBT, aborto, jogos de azar e eutanásia.