Candy Mel, da Banda Uó, relata transfobia sofrida no aeroporto do Rio de Janeiro

Redação Lado A 19 de Março, 2018 10h57m

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A cantora da Banda Uó, Candy Mel, relatou ter sofrido constrangimento transfóbico dentro do aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, no dia 5 de março. Os agentes da Polícia Federal que estavam no aeroporto barraram o embarque da cantora alegando que o documento de identificação da mesma possuía um nome masculino e solicitou revistá-la de forma invasiva.

A artista, que estava a caminho do último show da Banda Uó, relatou em seu Instagram que foi levada até uma sala isolada onde pediram para que ela ficasse nua. Candy Mel recusou o pedido abusivo e foi mantida junto com a equipe do aeroporto até tomarem outras providências. “Eu estava jurando que era uma revista comum de bagagem, e de repente eles trancaram a porta, eu e eles dentro de uma cabine, e eles pediram pra eu tirar a roupa”, disse.

Mais tarde, Candy Mel foi revistada mas exigiu que isso fosse feito em público. “Eu queria que acontecesse na frente de todo mundo, para que as pessoas vissem um homem tocando o corpo de uma mulher. E a minha forma de protesto, antes dessa invasão, desse abuso, foi ficar sem camisa, com meus seios de fora.”, relatou. A cantora disse estar muito triste com o ocorrido e que irá tomar as providências cabíveis dentro da lei. Considerou que a violação de direitos só não foi maior porque ela estava acompanhada dos outros integrantes da banda, Mateus Carrilho e Davi Sabagg, além de toda a equipe do show.

Segundo as normas da ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil), a revista ao passageiro deve acontecer sempre por uma pessoa do mesmo sexo, podendo ser em público ou de forma reservada, sempre a critério do revistado. Candy Mel relatou que a atitude da polícia desencadeou uma série de chacotas e ofensas por parte de funcionários e outros passageiros presentes.

Na mesma semana da atitude violenta e transfóbica contra a cantora, o STF (Supremo Tribunal Federal) autorizou o direito de pessoas transgênero a mudarem o nome de registro civil de forma menos burocrática, sem a necessidade de cirurgia de redesignação. Uma grande conquista nessa semana que contrasta com a realidade transfóbica do país. “Foi muito violento (…), eu fui tratada como uma criminosa”, disse Candy Mel.

 

Confira o vídeo que a cantora postou no Stories no Instagram:

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A Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa

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