Contrário à LGBTfobia e machismo na Rússia, grupo Pussy Riot invade último jogo da Copa do Mundo

Redação Lado A 16 de Julho, 2018 18h43m

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O grupo de punk rock feminista Pussy Riot invadiu o campo do estádio Lujinik, em Moscou. Durante a última partida da Copa do Mundo, entre França e Croácia, o grupo entrou em campo como forma de protesto contra o governo russo. A ação do dia 15 de julho chamou a atenção do mundo todo para as políticas conservadoras de Vladimir Putin, que aliás assistia ao jogo.

Quatro pessoas integrantes do grupo conseguiram invadir o campo. Os manifestantes saíram de trás do gol onde estava posicionado o goleiro francês Hugo Lloris durante o início do segundo tempo da partida. Em seguida, o Pussy Riot se dispersou correndo pelo campo e interrompendo a partida, até ser retirado do local pelos fiscais.

Após serem retiradas do campo, os ativistas do grupo foram detidos em uma delegacia de Moscou.  Segundo informações do grupo postadas no Twitter, os ativistas foram a julgamento nesta segunda-feira, 16 de julho. Os manifestantes Olga Pakhtusova, Pyotr Verzilov e Veronica Nikulshina foram então condenados a 15 dias de prisão. Além disso, os ativistas foram impedidos de participar de eventos esportivos na Rússia nos próximos três anos.

Pussy Riot

O grupo Pussy Riot já é conhecido em território russo por seus protestos. Nas redes sociais, o grupo assumiu sua atuação na Copa do Mundo. Através de um vídeo e um texto com o poema, explicaram o acontecido. Todos os integrantes estavam vestidos de policial e, segundo o grupo, o protesto foi inspirado nesse poema.

Em 2018, a morte do poeta russo Dmitriy Prigov completa 11 anos e ele foi o homenageado no protesto. De acordo com publicação no Facebook, o Pussy Riot abomina as violações de direitos humanos na Rússia, principalmente no que diz respeito às punições policiais. Com viés político, a atuação do grupo pede, entre outras coisas, o fim dos abusos de autoridade que resultam em prisões arbitrárias.

Em 2012 o Pussy Riot protagonizou outro protesto contra Putin. As integrantes foram presas após invadirem uma igreja e entoarem um canto contra o presidente. Foram 2 anos de prisão para as integrantes Nadezhda Tolokonnikova, Maria Alyokhina e Ekaterina Samutsevish.

Direitos Humanos na Rússia

Em conjunto com os protestos da Pussy Riot estão os direitos das mulheres e LGBTs. Em território russo, ainda extremamente conservador, esses grupos são fortemente reprimidos. Uma das leis mais absurdas do país permite que os maridos batam em suas mulheres. Pelo menos uma vez ao ano os maridos estão autorizados a qualquer tipo de agressão. Sancionada por Vladimir Putin em 2017, a lei levantou muitos protestos de grupos que lutam pelos direitos humanos, entre eles, o Pussy Riot.

Com relação à comunidade LGBT, a Rússia é igualmente opressora. No país não é permitida nenhuma manifestação em público protagonizada de casais no mesmo sexo. Com isso, a Lei da Propaganda, sancionada em 2013, prevê punições para pessoas que disseminarem conteúdos LGBT em público ou nas escolas. Apesar de a homossexualdiade não ser mais crime na Rússia desde 1993, cultura homofóbica ainda impera. Na Chechênia, território russo governado por outras autoridades, ser homossexual é crime passível de morte violenta.

Confira o post da Pussy Riot sobre seu protesto na Copa do Mundo

NEWS FLASH! Just a few minutes ago four Pussy Riot members performed in the FIFA World Cup final match — ”Policeman…

Posted by PussyRiot on Sunday, July 15, 2018

 

 

 

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A Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa

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