Redação Lado A | 12 de Julho, 2018 | 17h55m |
Uma travesti de 40 anos de idade foi encontrada morta no domingo, dia 8 de julho, em Rio Brilhante, na região Centro-Oeste de Mato Grosso do Sul. O corpo foi encontrado por trabalhadores rurais que passavam pela estrada da Estivam, na Vila Nova Esperança, por volta das 2h20 da madrugada.
Registrada como Adilson Francisco da Silva, a vítima era conhecida como Fernanda da Biz. Isso porque ela circulava com uma moto Honda Biz que foi encontrada ao lado do corpo, com o painel manchado de sangue. No local também foram encontradas duas pedras com vestígios de sangue, que provavelmente foram usadas contra a vítima.
Fernanda teve a cabeça dilacerada a pedradas e foi atingida com 80 facadas. Segundo análise realizada pelo Instituto Médico e Odontológico Legal (IMOL), a vítima tentou se defender. A instituição chegou a essa conclusão após observar mais de 45 perfurações somente na mão direita. Em seguida, foram constatados mais 33 ferimentos nas costas, braços e cabeça. Já as pedradas que atingiram a cabeça de Fernanda provocaram traumatismo cranioencefálico e deixaram o rosto da vítima desfigurado.
Na tentativa de reunir pistas sobre o caso, o delegado André Luis Fernandes procurou a família de Fernanda. De acordo com a mãe da vítima, a travesti tinha uma vida tranquila, longe de festas e agitações. Ela morava em um edícula no mesmo terreno da casa de sua mãe. A única informação relevante foi a de que a vítima havia se desentendido com vizinhos recentemente.
A polícia desconsidera que Fernanda tenha sido vítima de latrocínio, isto é, roubo seguido de morte. De acordo com as investigações, nenhum item foi levado de Fernanda. Isso inclui o objeto de maior valor da travesti naquele momento, a moto Honda Biz prata que estava no local junto com um capacete.
Uma suspeita do delegado é que o crime tenha envolvimento com o tráfico de drogas. Por outro lado, a família da vítima já havia mencionado que Fernanda não tinha o perfil de usuária de drogas.
Várias testemunhas foram ouvidas sobre o caso. Uma delas disse que viu Fernanda discutindo com um homem horas antes de ser assassinada. No entanto, a polícia também não quer considerar que a morte da vítima possa se tratar de um crime de transfobia.
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