Jovem diz que foi agredida por seguidores de Bolsonaro em Porto Alegre

Redação Lado A 10 de Outubro, 2018 17h25m

Ao usar uma camiseta com a estampa #EleNão, movimento contrário à candidatura de Jair Bolsoanaro (PSL), uma jovem teria sido atacada em Porto Alegre. Segundo a vítima de 19 anos, três homens seguidores do candidato a agrediram e marcaram em sua pele o desenho do que seria uma suástica, símbolo que representa o nazismo.

A jovem fez um Boletim de Ocorrência em sua cidade, no dia 8 de outubro, data de acontecimento do crime. Ela declarou na delegacia que os homens desferiram contra ela tapas e socos. Além disso, teriam usado um canivete para marcar o desenho da “suástica” em seu corpo.

As informações sobre o caso foram inicialmente noticiadas pelo site da Rádio Guaíba. Segundo o depoimento da vítima, a jovem foi abordada por homens no bairro Cidade Baixa, em Porto Alegre, durante a noite. No entanto, a vítima foi procurada por outros veículos de comunicação e não quis ceder entrevistas. De acordo com a jovem, se expor na mídia e redes sociais pode gerar represálias.

Segundo o Boletim de Ocorrência, a vítima foi segurada por dois homens enquanto um terceiro desenhava com canivete em sua costela. Ela desceu de um ônibus na rua Baronesa de Gravataí e logo foi abordada pelos criminosos. Em seguida ao acontecido, ela fez exame de corpo e delito na delegacia. A 1ª Delegacia de Polícia Civil disse que está investigando o caso e pedirá imagens de câmeras de segurança do local do crime.

Controvérsias

Apesar da gravidade do caso, a investigação está apontando alguns aspectos contraditórios. Segundo o delegado Paulo Jardim, responsável pelo caso, o desenho não é uma suástica. O profissional é especialista em crimes neonazistas e informou que se trata de um símbolo religioso.

Jardim fez algumas pesquisas sobre o caso mas ainda não chegou a ver o desenho na pele da vítima pessoalmente. Ele disse que o símbolo desenhado na mulher se trata de uma representação budista. De acordo com seus estudos, a suástica tem origem no emblema budista que representa a paz e o amor. Na busca por um símbolo nazista, membros do movimento teriam invertido o desenho budista para pregar ideologias contrárias.

 

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