Escola do Chile atende crianças transgênero excluídas de outras instituições

Redação Lado A 01 de Fevereiro, 2019 14h46m

A Escola Amaranta Gomez, em Santiago, no Chile, se tornou um instituição inclusiva ao abrir suas portas para alunos trans. Em 2018, a escola começou com apenas seis estudantes trans, mas terminou o ano letivo com mais de vinte alunos. O local recebe alunos transgênero de forma preparada para lidar com as especificidades desse público comumente discriminado na escola tradicional.

A Escola Amaranta Gomez foi fundada através da atuação da Fundação Selenna. Essa instituição trabalha na defesa dos direitos das minorias no país. A fundação da escola foi uma atitude muito necessária e importante, tornando a Amaranta Gomes a primeira instituição para crianças transgênero no Chile.

De acordo com Evelyn Silva, representante da Fundação Selenna, muitas crianças trans são expulsas da escola no sentido de não se sentirem representadas. Além disso, o preconceito por parte de professores e colegas faz com que a criança não queira mais frequentar as aulas. Por isso, para evitar a evasão escolar de crianças e adolescentes transgêneros, foi criada a escola inclusiva.

O espaço começou pequeno, mas está crescendo graças à atuação de voluntários. Os pais ainda não pagam mensalidade, somente contribuem com o que acharem necessário. Os professores também trabalham voluntariamente, todos unidos pelo ideal da inclusão. Além disso, os estudantes assistem aulas com os mesmos conteúdos de outras escolas.

A escola já aguarda mais matrículas para o ano letivo de 2019. O número de estudantes está crescendo, consequentemente, os gastos aumentam. Será necessário ampliar o espaço e solicitar mais professores. Essa medida, no entanto, não será problema para os fundadores já que as famílias deverão pagar uma mensalidade simbólica para a manutenção da escola.

Amaranta Gomez

A escola leva o nome de uma travesti mexicana que é uma das maiores ativistas trans de seu país. Amaranta Gomez adotou esse nome ainda na adolescência, época em que já começava a lutar pelos direitos e cidadania de pessoas trans.

Na fase adulta, estudou Antropologia Social na Universidade Veracruziana e se tornou a primeira trans a ter um diploma reconhecido pela faculdade. Sua atuação depois de formada também se concentrou em garantir a identidade cultural de indígenas.

Continuando sua luta por direitos, se candidatou à uma vaga na Câmara dos Deputados do México sendo a primeira candidata transexual. A principal reivindicação de Amaranta buscava uma maior atenção do Estado e sociedade para a saúde de pessoas trans. Por isso, ela foi muito ativa em campanhas de prevenção e tratamento de HIV.

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