Com muito brilho a cantora Daniela Mercury e Caetano Veloso lançaram o clipe de “Proibido o Carnaval”. A música e o clipe fazem referência à fala da ministra do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. Damares Alves foi escolhida por Jair Bolsonaro (PSL) e disse logo no dia de sua posse que “menino veste azul e menina veste rosa”.
No vídeo, Caetano Veloso aparece de rosa, enquanto Daniela Mercury veste azul. Personagens aparecem dançando com roupas de diversas cores. A música ainda faz menção à Stonewall, revolução que aconteceu em 1969 em um bar de Nova Iorque. Nesse evento, um grupo LGBT se uniu contra a censura e a repressão do Estado que perseguia homossexuais.
“Vai de rosa ou vai de azul?”, questiona a letra da música. O clipe foi lançado em 25 de janeiro e já acumula milhões de visualizações. Daniela Mercury é lésbica e levanta a bandeira LGBT em sua arte. Já Caetano Veloso, sempre lutou contra a censura e se uniu à cantora na crítica contra o novo governo que enaltece a Ditadura Militar.
A música foi comporta por Daniela Mercury e também faz menção à homofobia. “Abre a porta desse armário”, diz um trecho da música sobre LGBTs que não podem se assumir, fenômeno causado pela forte LGBTfobia no Brasil. Além disso, a música foi inspirada no grupo de teatro Dzi Croquetes, formado por gays, trans e drag queens que faziam espetáculos para criticar a ditadura militar. Censurados, foram se apresentar na França, e logo chamaram a atenção de outros artistas consagrados.
Ao final de “Proibido o Carnaval”, há uma homenagem para o ex-deputado federal Jean Wyllys. Homossexual, o ex-deputado deixou seu mandato no Congresso Nacional e saiu do Brasil após as inúmeras ameaças que recebia.
Ameaças
Com as críticas contra Damares Alves e Jair Bolsonaro, Daniela Mercury já está recebendo ameaças. A perseguição contra ela e Caetano Veloso é antiga, pois os dois são conhecidos pela resistência através de sua arte. Com relação às ameaças, no entanto, a cantora disse não ter medo.
Daniela Mercury disse ainda que não teme as ameaças pois está cantando ao lado de Caetano Veloso, conhecido por sua atuação contra o regime militar. Além disso, a cantora disse que não está sozinha e que caminha junto ao movimento LGBT e aos outros artistas que se posicionaram contra a eleição de Jair Bolsonaro durante as campanhas presidenciais. “Não tenho medo nenhum. Se tentarem me barrar, vou achar uma brecha.”, afirmou.
Veja o clipe de “Proibido o Carnaval”